Justiça autoriza traficante da maior facção do Rio a cumprir prisão domiciliar.

Em relatório da 56ª DP (Comendador Soares), de junho de 2013, Silvano de Souza Britto, conhecido como Irmão Metralha, de 40 anos, é apontado como chefe do tráfico de drogas em várias comunidades de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, mesmo atrás das grades. Em março deste ano, a Justiça autorizou, com parecer favorável do Ministério Público Estadual, que o traficante fique em prisão domiciliar. A decisão foi baseada num laudo médico da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) sobre o estado de saúde de Silvano, que é paraplégico desde 2000. O documento não apontou, no entanto, a necessidade de o traficante ser tratado em casa.

O relatório da Polícia Civil que descreve a atuação do Irmão Metralha está no mesmo processo no qual ele conseguiu que sua prisão preventiva fosse convertida na domiciliar. Na ação, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, o traficante responde por homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e com recurso que impossibilite a defesa da vítima). O mandado de prisão preventiva dessa ação era o que o mantinha atrás das grades. No último dia 16, Silvano deixou a unidade de Bangu 3, no Complexo de Gericinó, onde estava desde dezembro de 2012, e foi para casa, num endereço em Niterói, na Região Metropolitana do Rio e está sendo monitorado por uma tornozeleira eletrônica, e só pode sair de sua residência com autorização judicial. 

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Por causa da paraplegia, o traficante, que estava preso desde o final de 2012, quando foi capturado pela Polícia Civil do Rio num apartamento de luxo em Salvador, na Bahia. De lá, de acordo com as investigações, continuava a comandar o tráfico em comunidades de Nova Iguaçu e Bangu, mesmo já em cadeira de rodas e ainda gerenciava pontos de venda de drogas em favelas de Santa Cruz, apresenta outros problemas de saúde. Entre eles, de acordo com laudo assinado pelo médico Itauan Espínola, da Seap, incontinência fecal e urinária, sensibilidade nos membros superiores e redução da massa muscular. De acordo com médicos ouvidos pelo Extra, Silvano apresenta estado de saúde delicado, mas não possui uma doença terminal. 
Procurado pelo Extra, o promotor Sérgio Ricardo Fernandes Fonseca, da 4ª Vara Criminal da Nova Iguaçu, afirmou ter entendido que por causa do estado de saúde delicado do traficante, o ideal seria que ele fosse tratado em casa. Ele disse, no entanto, que vai pedir para ser investigada a atuação de Silvano no tráfico, e pode pedir que seja decretada a prisão preventiva dele novamente, caso seja constatado que ele está no crime. Já o juiz Fabrício Pinheira da Silva Freira, também da 4ª Vara, não foi localizado pela assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Rio. No processo, ele baseou sua decisão na avaliação do médico da Seap e no parecer ministerial favorável à prisão domiciliar.

Silvano pertence à maior facção criminosa do Rio. De acordo com relatório da 56ª DP, ele ganhou esse apelido porque atuava com seus dois irmãos, Humberto e Roberto, no tráfico de drogas do Complexo do Alemão. Agindo juntos, eles ficaram conhecidos como os Irmãos Metralha. Humberto morreu durante uma operação policial em 2004. Silvano foi baleado, também durante um confronto, em 2000, e ficou paraplégico. Já Roberto está preso em Bangu 3. De acordo com o documento da Polícia Civil, Roberto também continua, mesmo preso, comandando as ações de sua quadrilha.

Fonte: Extra

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