Íntegro para uns, mau juiz para outros, Barbosa dividiu opiniões.

Repercussão: Anúncio de aposentadoria de Joaquim Barbosa ganha destaque no portal de notícias da Globo (G1). "Íntegro para uns, mau juiz para outros, Barbosa dividiu opiniões".

De acordo com a publicação, a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, de se aposentar precocemente da mais alta corte do país, anunciada na quinta-feira (29), repercutiu no meio político e jurídico do país. Políticos, magistrados e advogados vieram a público para comentar a decisão do relator do processo do mensalão do PT de se afastar do Judiciário no final de junho, aos 59 anos. Pela lei, ele poderia permanecer na Corte até completar 70 anos. 

Com a saída de Barbosa do comando do Supremo, o ministro Ricardo Lewandowski, atual vice-presidente do STF, vai assumir a presidência do tribunal.

Aécio Neves (MG), senador e pré-candidato do PSDB à Presidência. "Joaquim Barbosa é um homem que o Brasil aprendeu a respeitar. É um homem íntegro, honrado e que faz muito bem à Justiça brasileira."

Álvaro Dias (PSDB-PR), senador: "Soube que hoje alguns dos moradores da penitenciária da Papuda comemoraram a aposentadoria de Joaquim Barbosa. Certamente não é esse o comportamento dos brasileiros decentes que lamentam a anunciada ausência do ministro."

Eduardo Campos, ex-governador de PE e pré-candidato do PSB à Presidência: "Se ele sai [do Supremo] dizendo que está livre para participar [da política], é claro que qualquer partido, qualquer força política que tenha desejo de construir um país com ética, com valorização do serviço público e com a renovação do Judiciário, gostaria de ter a palavra e o testemunho do ministro Joaquim. [...] Ele é que vai dar o tom do que irá fazer depois de deixar de ser ministro do Supremo. Acho que precisamos esperar e deixar o Joaquim Barbosa à vontade, para que no ato da saída da Suprema Corte ele possa falar quais as intenções dele para o ano."

Henrique Alves (PMDB-RN), presidente da Câmara dos Deputados: "Ele [Barbosa] veio à Câmara de forma gentil e respeitosa nos comunicar que vai se aposentar como ministro do Supremo Tribunal Federal. Ele disse que logo agora, antes do recesso, irá (se aposentar) e comunicará ao país e ao Supremo sua aposentadoria."

Luis Roberto Barroso, ministro do STF: "Mesmo não concordando com todas as posições dele – eu concordo com muitas –, tenho admiração por ele e o quero bem." 

Luiz Fernando Pacheco, advogado do ex-presidente do PT José Genoino: "O Supremo Tribunal Federal e a Justiça brasileira ganham com o fim da judicatura de um mau juiz, autoritário, parcial e populista." 

Marco Aurélio Mello, ministro do STF:  "Não sabíamos de nada. Pelo menos eu não tinha conhecimento de que ele deixaria o tribunal. Pega de surpresa o Supremo, pelo menos um dos integrantes, que sou eu. [...] Eu não concebo que alguém vire as costas para uma cadeira no Supremo espontaneamente." 

Mendonça Filho (PE), líder do DEM na Câmara: "Ele fez história no Judiciário e na vida pública brasileira. Como qualquer ser humano, tinha suas características pessoais, defeitos e virtudes, mas foi um homem íntegro e de grande espírito público."

Pedro Simon (PMDB-RS), senador:  "Pelo que ele é e pelo que representa, não sei nem onde, nem como, mas, em algum lugar, em algum exercício de alguma atividade, ele vai andar, ele vai brilhar, e tenho certeza de que nós ouviremos falar muito e com muito respeito do presidente do Supremo."

Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado: É um motivo surpreendente e triste [que trouxe Barbosa ao Senado]. O ministro veio se despedir. Ele estará deixando o Supremo Tribunal Federal. Ele falou que vai se aposentar agora, no próximo mês. Nós sentimos muito porque ele é uma das melhores referências do Brasil." 

Rodrigo Janot, procurador-geral da República: "Fica aqui o protesto pela saída prematura e fica o agradecimento do Ministério Público brasileiro. No ver do Ministério Público, é incorreta a decisão de se ausentar desse honroso cargo. Gostaria de dizer que abre-se para mim agora uma janela do tempo. Retrocedo a 1º de outubro de 1984, quando eu, vossa excelência, ministro Gilmar [Mendes] e outros valorosos companheiros assumíamos o cargo de procurador. Todos cabeludos, sem cabelo branco e sem barriga. Jovens, idealistas."

Vicentinho (SP), líder do PT na Câmara: "A intenção de colocar [no STF] mulheres, negros, se possível indígena, gente que faz parte do extrato social do país, continuo defendendo a tese: não foi em vão. Mesmo tendo sido o Joaquim, e a gente ter tido divergência, não foi em vão. Nós não podemos desconsiderar isso." 

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Fonte: G1.

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