O
ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse nesta terça-feira, 27, que, como as obrigações de cobertura importas pela
Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) são gradativas, o Brasil só deve estar totalmente coberto pelo
sinal de 3G em 2019.
"É razoável que as empresas façam investimentos dos grandes centros para os pequenos centros", disse o ministro, em audiência pública no Senado. Bernardo mostrou dados que mostram o crescimento do serviço de 3G nos últimos anos, mas reconheceu que existem reclamações em lugares onde a demanda ainda não é atendida pela oferta. "É verdade quando as empresas dizem que é difícil instalar infraestrutura no País, mas o Congresso está votando uma lei de antenas, que inclusive já foi aprovada pelo Senado", comentou. "Isso vai ajudar a melhorar a instalação de infraestrutura. Às vezes, tem cinco mil pessoas usando a mesma antena, é evidente que não vai funcionar", acrescentou.
O ministro também alegou que o preço médio do minuto de ligação na
telefonia móvel tem caído nos últimos anos e garantiu que a Anatel seguirá multando as empresas de telecomunicações que descumprirem as metas de qualidade cobradas pelo órgão regulador.
"As estatísticas mostram que o serviço melhorou. Depois das punições impostas pela Anatel, as empresas se incomodaram e procuraram melhorar, mas isso não significa que esteja tudo resolvido", completou.
Bernardo disse ainda que o grande gargalo do setor de telecomunicações no Brasil é a falta de redes de transporte e acesso de fibras ópticas integrando as diversas regiões do País. Ele prometeu que a segunda fase do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL 2.0) ampliará os investimentos em estruturas de alta velocidade. "Precisamos ter fibras ópticas chegando em todos os municípios e como redes internas das grandes cidades. Atualmente, 47% dos municípios brasileiros não têm nenhuma conexão com fibra óptica e esse é um limitador que precisa ser resolvido", disse o ministro.
Segundo ele, cerca de 5% a 7% das cidades brasileiras, principalmente as localizadas na Amazônia, terão que ser atendidas por satélite devido às dificuldades de se construir uma rede de fibras ópticas na floresta. Após quatro anos do lançamento do
PNBL, Bernardo avaliou que o plano trouxe avanços no acesso à internet banda larga, principalmente em terminais móveis, mas reconheceu que ainda há muito o que fazer pela universalização do serviço.
"Se olharmos apenas o número de acessos à internet, poderíamos ser induzidos a dizer que o plano foi bem sucedido, mas não concordo em olhar apenas esse parâmetro. Avançou-se muito no interior do País, mas ainda há limitação de infraestrutura", completou.
Fonte: Exame
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