Caseiro de Malhães é ouvido pela Comissão Nacional da Verdade.

O caseiro Rogério Pires, que havia confessado envolvimento no assalto que levou à morte o ex-coronel Paulo Malhães, em abril, num sítio na Baixada Fluminense, teria negado participação e autoria no crime, na manhã desta terça-feira (6), segundo a senadora Ana Rita, presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Senado. Ele foi ouvido por integrantes da Comissão Estadual da Verdade e Comissão Nacional de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, na sede da Delegacia Antissequestro, no Leblon, na Zona Sul do Rio.


A senadora Ana Rita disse que vai acompanhar de perto trabalho polícia e providenciar  um defensor público para o caseiro.  Ela disse ainda que é fundamental que o caseiro tenha sua integridade física resguardada. “Ele não confessou participação no crime. Ele é analfabeto, não sabe ler nem escrever. E me causa muita estranheza que nenhum defensor público tenha acompanhado até agora os depoimentos e investigações sobre o caso”, afirmou Ana Rita.

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A Comissão Nacional da Verdade ameaçou ir embora da diligência que acompanha as investigações da morte do coronel reformado Paulo Malhães. O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) disse que apesar das tentativas de comunicação não houve um aviso prévio à delegada de plantão de que haveria visita à especializada nesta manhã. "Está evidente a má vontade do estado do Rio de Janeiro com este caso", disse Randolfe. Logo após a declaração polêmica do senador, a secretaria da delagica prontamente autorizou a entrada dos parlamentares na delegacia.

A Comissão de Direitos Humanos do Senado ficou de conversar com Rogério Pires, caseiro de  Paulo Malhães, que ao ser preso, confessou ter participado do crime que levou a morte do militar no dia 25 de abril. Semanas antes, Malhães assumiu ter cometido torturas e outros crimes durante a ditadura no Brasil em depoimento para a Comissão Nacional da Verdade. Ana Rita (PT-ES), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e João Capiberibe (PSB-AP) se encontraram com integrantes das Comissão Estadual da Verdade, presidida por Wadih Damous. Randolfe Rodrigues acredita que houve uma falha na proteção a Malhães após o depoimento do militar à Comissão Nacional da Verdade, e diz que a comissão acompanhará a investigação passo a passo.


"Deveriam ter oferecido uma proteção melhor a ele após o depoimento. Nós, na condição de fiscais, não podemos nos omitir", disse Randolfe. Segundo o senador, a conversa com o caseiro Rogério Pires é fundamental para determinar as circunstâncias da morte de Malhães. Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade, reforçou o pedido de participação da Polícia Federal no caso, e classificou a visita como "fundamental": "Trouxemos a visita para o Leblon porque em Belford Roxo, onde ele estava, não havia carceragem. Teremos muito a conversar com ele", disse Wadih.

A assessoria da Polícia Civil do Rio informou nesta quinta-feira (1º) que o laudo da necropsia do coronel reformado Paulo Malhães, assassinado no dia 25 de abril, em seu sítio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, ainda não está pronto. De acordo com a polícia, ainda estão sendo recolhidas informações sobre o suposto roubo do disco rígido do computador do militar, citado em reportagem publicada no jornal O Dia.

No dia 29, o caseiro Rogério Pires, que segundo a polícia confessou ter participado do crime que terminou com a morte do coronel, denunciou seus dois irmãos como sendo os homens que invadiram, no dia 25, o sítio do militar. Malhães, que no mês passado contou à Comissão da Verdade que havia participado de sessões de tortura durante a ditadura, morreu enquanto o grupo estava em sua casa.

Fonte: G1

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