Vigilância Sanitária desmente boato da “falsa enfermeira do HIV”.


A Vigilância Sanitária de Campos (VISA) desmente o boato de que teria enviado comunicado à Polícia Militar sobre uma falsa enfermeira, que estaria no Centro da cidade espalhando o vírus do HIV, por meio de seringa contaminada. Mensagens sobre a suposta enfermeira dominaram as redes sociais esta semana, principalmente, o whatsapp.

O vice-prefeito e secretário de Saúde, Doutor Chicão, afirmou que o órgão não fez nenhum comunicado à Polícia Militar como afirmam as mensagens, assim como não recebeu denúncias relacionadas à doença e ao fato. “Ressalto que os exames de saúde devem ser realizados em postos de saúde ou em eventos da Prefeitura, nos quais enfermeiros e outros profissionais são adequadamente identificados”, explicou o vice-prefeito.
De acordo com o gerente da VISA, Elden Pereira, a falsa história teria começado em Vitória (ES) e rapidamente teria se espalhado para outras partes do país. “Aproveitando esse boato, oportunistas resolveram amedrontar moradores de um bairro de Campos, nesta quinta-feira (3). Quem se sentir ameaçado deve ligar para (22) 27250475, para que possamos entrar com ação imediata, pois temos poder de polícia administrativa e podemos punir e prender quem estiver colocando a saúde da população em risco”, disse o gerente.

O diretor de Vigilância em Saúde, Charbell Kury, orienta que, apesar do boato, é possível sim transmitir o HIV por uma seringa contaminada, já que as formas atualmente descritas de transmissão são por sexo sem proteção, compartilhamento de seringas, materiais perfuro-cortantes infectados e transfusão inadequada (menos comum atualmente). Segundo ele, o Ministério da Saúde recomenda em todos esses casos a avaliação criteriosa dos expostos a fim de se procurar o HIV.

- A chance de transmissão do HIV nesses casos de materiais perfuro-cortantes é baixa, cerca de 0,34%, mas existe. O vírus resiste poucas horas na seringa, não sobrevive por muito tempo. Porém, não devemos nos esquecer da alta transmissão de hepatite B e C por esses materiais, com taxa de até 40%. E existe vacina para esses vírus da hepatite B e C. Todos devem tomar. Ao ficarmos muito estressados com esses boatos, nos esquecemos das atividades de manicure, por exemplo, pelas quais se pode sim transmitir também esses vírus. Por isso, todos os instrumentos utilizados por elas devem ser esterilizados – alertou Charbell.

Texto: Kamilla Uhl | Crédito da Foto: Filipe Lemos / Campos 24 Horas

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