Testemunha diz que menor abriu porta-malas da viatura da PM que arrastou mulher no Rio.
Rio de Janeiro: A morte da auxiliar de serviços gerais Cláudia da Silva Ferreira, de 38 anos, repercutiu no Brasil e no Exterior. Ela foi baleada durante uma ação da Polícia Militar no Morro da Congonha, em Madureira. Segundo informações, os policiais militares tentaram socorrer a vítima, mas durante o percurso o corpo da vítima acabou sendo arrastado por cerca de 350 metros. Presa ao porta-malas do veículo por um pedaço de roupa, a vítima teve parte do corpo dilacerado.
O comandante do 9º BPM afastou os subtenentes Rodney Miguel Archanjo, Adir Serrano Machado e o sargento Alex Sandro da Silva Alves e determinou a prisão dos militares, mas a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria Militar, concedeu liberdade provisória aos três policiais militares.
O depoimento de uma nova testemunha traz nova informações ao caso. De acordo com informações do jornal carioca O Dia, um homem que mora em Itaguaí disse que foi à comunidade sozinho no último domingo para resgatar sua moto, que fora roubada. Ele falou que chegou pouco antes do tiroteio e ficou em uma padaria. Em seguida, ele teria visto moradores seguindo a viatura que entrou na comunidade e, apesar do clima tenso e não ser morador, foi ver o que acontecia.
De acordo com a publicação, a testemunha afirma que viu a viatura passar com a caçamba fechada e que um grupo de menores seguiu o carro a pé, de bicicleta e de moto. Um rapaz negro, que, segundo o motoqueiro, seria menor, teria mexido na fechadura quando a viatura parou para pegar a rua principal de saída da favela. O homem relatou ainda que, depois disso, viu a tampa da mala abrir e fechar quando o carro se movimentou, mas que o motorista não viu. A testemunha não sabia que lá dentro havia uma pessoa. Ele alega não ter nenhuma ligação ou conhecer os policiais.
Ainda de acordo com informações de "O Dia", investigados por suspeita de terem feito os disparos, o tenente Rodrigo Medeiros Boaventura e o sargento Zaqueu de Jesus Pereira Bueno negaram em depoimento terem visto as vítimas durante o confronto. Além de Cláudia, também morreu o adolescente Willian Possidônio, 16, e foi baleado Ronald Felipe dos Santos. Este é apontado pelos PMs como um dos que participaram do confronto.
Parentes de Cláudia prestaram depoimento ontem. O advogado João Tancredo pedirá a inclusão deles no Programa de Proteção a Testemunhas.
Fonte: O Dia.
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