Rocinha tem 60 bandidos com fuzis, diz relatório da PMERJ.
Rio de Janeiro - De acordo com informações do jornal carioca 'O Dia', o poderio bélico de traficantes na Rocinha, comprovado após três intensos confrontos com PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) local, sábado, colocou em xeque o processo de pacificação na favela. Relatório concluído pelo Centro de Comando das UPPs relatou a existência de mais de 60 homens com fuzis no tiroteio que aterrorizou a comunidade, deixando quatro policiais feridos, quatro suspeitos baleados e um morto. Os bandidos também atiraram em oito viaturas, danificaram câmeras de monitoramento, geradores e atearam fogo em pneus na Autoestrada Lagoa-Barra, interditando o Túnel Zuzu Angel.
Segundo a publicação, a quantidade de armas de grosso calibre quase equivale às apreensões feitas pela Polícia Civil na Operação Choque de Paz, em novembro de 2011 — às vésperas da ocupação policial que deu origem à maior UPP do Rio de Janeiro, policiais apreenderam mais de 70 fuzis na favela. Antes da chegada da UPP, havia cerca de 200 armas desse tipo na Rocinha, segundo agentes da Polícia Civil que investigaram o tráfico de drogas na área.
O relatório também citou a presença de ‘bondes’ armados de traficantes do Comando Vermelho (CV) circulando em outras regiões da cidade, como Jacarepaguá, Madureira, Pavuna, Tijuca, Rocha Miranda e Zona Sul. Entretanto, a informação de uma possível guerra pelo controle do tráfico de drogas na Rocinha contra traficantes da facção Amigos dos Amigos (ADA), que atua na favela, não foi confirmada pela polícia.
Depois do tiroteio, o policiamento na favela foi reforçado por mais de 200 homens dos batalhões de Operações Especiais (Bope), de Choque (BPChoque) e de Ações com Cães (BAC), além de policiais de outras UPPs. Segundo a polícia, o reforço no efetivo na Rocinha ocorrerá por tempo indeterminado.
O reforço no policiamento também foi citado nas entrevistas dadas pelo governador Sérgio Cabral e pelo secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame. “Não temos a ilusão de que estes traficantes e as facções criminosas que eles pertencem deixaram de lado esta luta de ocupação territorial do maior ponto de venda de drogas do Brasil. A resposta será reforço na UPP da Rocinha, como houve no Alemão, e Polícia Civil mais integrada com a Polícia Militar fazendo investigações. Vamos continuar avançando”, afirmou o governador.
Para o secretário, as ações foram feitas em represália ao trabalho da UPP na Rocinha. “É uma total afronta. A Rocinha é um lugar emblemático. Se tiver que aumentar o efetivo, vamos aumentar. Entendemos que não é uma situação fácil, mas não haverá nenhum tipo de recuo. A resposta nós já planejamos. Essas ações são em represália do que vem sendo feito na região, mas permaneceremos lá”, garantiu o secretário Beltrame.
As informações são do jornal O Dia.
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