Manifestantes prestam solidariedade a jovem que repassou rojão que feriu cinegrafista no Rio.

Um grupo de manifestantes se desentendeu com a imprensa diante da  17ª DP do Rio de Janeiro neste domingo. O grupo foi ao local para prestar solidariedade ao tatuador Fábio Raposo, que foi preso na manhã de hoje na casa dos pais, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste da cidade, depois de ser indiciado como coautor do atentado a bomba que atingiu com gravidade o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, na última quinta-feira.

Ao serem filmados pela imprensa, os manifestantes iniciaram um bate-boca com os cinegrafistas de vários veículos que faziam a cobertura. Houve ofensas de ambos os lados. Um dos manifestantes, Alexis, de 19 anos,  teria gritado "tomara que vocês sejam os próximos", numa alusão ao cinegrafista Santiago. Outro cinegrafista, Leandro Luna, da mesma emissora, disse então ter perdido o controle e agredido o rapaz com a câmera. Ambos prestaram depoimento na delegacia.

Alexis vai responder por ameaça e Luna por agressão. O Departamento Jurídico da Band foi acionado para defender o profissional. 

A manifestante Elisa Sininho disse que o grupo foi até a delegacia prestar solidariedade a Fábio Raposo, que os ativistas conhecem de outras manifestações, entre as quais os movimentos Ocupa Câmara e Ocupa Cabral.

Ela informou que foi oferecer ajuda a Fábio se ele precisasse recorrer aos advogados da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Rio de Janeiro (OAB-RJ), que atendem gratuitamente aos participantes de movimentos populares, ou à Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Ela confirmou ser uma militante, mas assegurou que não pertence a nenhum organização específica.

Outra manifestante, Nina Barrios, 19 anos, estudante do terceiro ano do ensino médio, explicou que foi ao local com outros ativistas, para "tentar entender o que estava ocorrendo". Disse conhecer Fábio Raposo de outros movimentos populares e o definiu como uma pessoa muito tranquila. "Fiquei chocada com o que aconteceu. Não faz sentido", comentou a jovem, que negou também ser adepta da tática black bloc.

Sobre o tumulto envolvendo manifestantes e a imprensa em frente à 17ª DP, Nina disse que estavam fugindo das câmeras, foram perseguidos pelos cinegrafistas ao atravessar a rua  e reagiram quando foram chamados de assassinos e vândalos. Ela chegou a ser detida em uma das manifestações da qual participou, mas não foi indiciada, esclareceu.

Na avaliação do cinegrafista Leandro Luna, ele apenas reagiu às provocações dos manifestantes. De acordo com informação da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde, Santiago Andrade permanece em coma induzido no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Souza Aguiar e seu quadro continua bastante grave. 

(*) Fonte: Jornal do Brasil

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