Pesquisadores descrevem réptil que viveu no Brasil há 56 milhões de anos.
Pesquisadores brasileiros descreveram com a ajuda de fósseis encontrados na região de Itaboraí, no Rio de Janeiro, uma espécie de crocodilo já extinta e que viveu no Brasil há pelo menos 56,5 milhões de anos (durante o período Paleoceno). Os fósseis, incluindo um crânio em ótimo estado, foram localizados durante explorações na Bacia Calcária de São José de Itaboraí, realizadas por cinco décadas e que terminaram em 1984. No entanto, sua descrição só aconteceu agora, após um longo período de investigação.
A descoberta foi anunciada nesta quarta-feira (15) pelo paleontólogo Diógenes de Almeida Campos e pelos pesquisadores Alexander Kellner e André Pinheiro, ligados ao Museu de Ciências da Terra, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e ao Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O novo animal foi batizado de Sahitisuchus fluminensis, nome derivado de palavras da cultura indígena xavante e do latim que significa "crocodilo guerreiro fluminense" (designação dada aos que nascem no estado do Rio de Janeiro).
Os cientistas avaliam que esta espécie comia de mamíferos marsupiais a répteis menores. De acordo com o CPRM, trata-se do mais antigo réptil fossilizado encontrado no Estado do Rio de Janeiro. Além disso, o estudo aponta que essa espécie sobreviveu à grande extinção de 65,5 milhões de anos atrás, que dizimou parte dos animais, incluindo os dinossauros.
De acordo com comunicado divulgado pelo CPRM, havia ainda no local milhares de pedaços de ossos e dentes isolados de mamíferos, principalmente marsupiais que viveram na América do Sul após a extinção em massa. Restos de répteis raramente são encontrados e ainda precisam ser mais bem estudados.
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