Família descobre que homem estava vivo na hora do enterro, diz jornal.

O ano de 2014 já começou trazendo esperanças de dias melhores para a família de Jair da Costa, de 58 anos. A família descobriu horas antes do enterro, que estava marcado para a manhã desta sexta-feira, dia 03, no Cemitério de Inhaúma, que Jair, na verdade, continuava vivo e internado na Coordenação de Emergência Regional da prefeitura, no Centro. A família, que foi avisada do suposto falecimento pelos médicos, acusa a unidade de saúde de erro e foi registrar o caso na delegacia. A informação foi publicada neste sábado, 04, no jornal carioca "O Dia".

De acordo com a publicação, Jair sofre de hipertensão e já teve um derrame. Ele foi internado no dia 31. Cerca de 24 horas depois, quando foi visitar o marido, Maria Aparecida, de 66 anos, e seu filho, Júlio César Farias de Barros, foram informados sobre a morte. “Passei mal, desmaiei e tive que ser medicada. Não me deixaram vê-lo, foi o pior dia da minha vida”, contou a idosa.

Com a guia de falecimento e certidão de óbito em mãos, Júlio começou a organizar o velório. “Não tínhamos dinheiro. Pegamos empréstimo com amigos. Fizemos ‘vaquinha’ na família para pagar a taxa de R$ 333 do funeral. Passei três dias no desespero, sem dormir nem comer”, afirmou Júlio, ainda perplexo com a notícia da quase-morte do padrasto.

A confusão só veio à tona quando parentes já aguardavam na capela do cemitério a chegada do corpo, que seria enterrado sem velório. Uma sobrinha de Jair, que foi à unidade de saúde para reconhecer e liberar o corpo, percebeu que o morto em questão — que tinha sobre o peito uma identificação com o mesmo nome de Jair — não era seu tio.

Indignada, a família chamou a polícia. Até a noite de ontem, a família continuava na 5ª DP (Centro), tentando fazer o registro de ocorrência do caso. Já a assessoria da Secretaria municipal de Saúde informou que houve um problema no sistema da Coordenação Regional de Saúde da Frei Caneca no dia 31, o que acarretou numa falha ao passar os registros manuais para o banco de dados da unidade. Ainda de acordo com a secretaria, foi aberta uma sindicância para apurar o caso e os responsáveis pelo erro serão punidos.

No entanto, a assessoria informou que o documento sobre o óbito foi emitido porque, em um primeiro momento, o enteado de Jair teria reconhecido o corpo. A secretaria ainda lamentou o caso e disse que vai prestar assistência à família, inclusive, o reembolso das despesas pagas com o funeral que não aconteceu. Os parentes pretendem entrar com uma ação judicial contra a unidade.

Momento Verdadeiro | Fonte: Agência "O Dia" - Foto:Reprodução.

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