Mulher de Amarildo desabafa no "Encontro com Fátima Bernardes".

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil fluminense encaminhou, ontem (1º), ao Ministério Público do Rio, a conclusão do inquérito sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarido de Souza, de 47 anos. Ele sumiu no dia 14 de julho depois de ser levado para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha. O documento indicia dez policiais militares lotados à época na UPP , entre eles, o ex-comandante da unidade, major Edson dos Santos.

Elizabete Gomes, mulher do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, desaparecido há dois meses e meio depois de ser levado por policiais, afirma que não se sente tão segura na comunidade. “Segura na comunidade eu me sinto, mas nem tanto”, disse ela, que também comemorou a decisão da justiça. “Eu agradeço a justiça, que trabalhou muito bem. É uma coisa que todo mundo já sabia, porque ele foi levado pelos policiais na frente de todo mundo e não voltou mais”, afirmou durante o "Encontro com Fátima Bernardes", nesta quarta-feira, dia 02 de outubro.

Ela acredita que o indiciamento já foi uma vitória. “Aconteceu o que tinha que acontecer. Quando a gente começou a gritar, não foi à toa. Meu marido sumiu nas mãos dos policiais. A gente estava querendo justiça e, graças a Deus, ela foi feita”, disse ela, que ainda quer encontrar os restos mortais do marido. “Quero que os ossos do meu marido apareçam para que ele tenha um enterro digno. Todo mundo merece isso”, completou.

Os PMs foram indiciados pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver. A polícia civil pediu a prisão preventiva desses policiais e o inquérito foi entregue ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. (*) Com informações do Encontro com Fátima Bernardes.


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