Sargento que criou a "UPP da Milícia" da Praça Seca é afastado

Rio de Janeiro - O sargento Ronald César Força, do Batalhão de Choque, que é acusado de ser idealizador da "UPP da Milícia" na Praça Seca, foi afastado do policiamento de rua por ordem do comando da Polícia Militar.

Ontem, dia 23 de setembro, o jornal carioca "O Dia", mostrou que o policial transformou a casa da família na Rua Parintins, na Favela da Chacrinha, numa base da milícia liderada pelo ex-sargento Luiz Monteiro Doem. Ele pintou paredes e muros nas cores azul e branca — bem semelhantes aos tons usados pela Polícia Militar — e cunhou a expressão ‘UPP’ na fachada e no muro lateral da residência, em referência à Unidade de Polícia Pacificadora. 

De acordo com a publicação, o sargento Força é investigado num Inquérito Policial Militar (IPM), aberto após investigação preliminar da Coordenadoria de Inteligência da PM, em junho. Nesta segunda-feira, ele foi novamente ouvido no processo. O agente é acusado de transportar armas e milicianos do bando de Doem e usar a casa para reuniões do grupo, além de hospedar paramilitares de outros bairros. 

O coronel Cláudio Costa, relações públicas da PM, disse que o sargento Ronald César Força realizará apenas serviços burocráticos enquanto durar o IPM. Ele atuava no policiamento motorizado e, inclusive, trabalhou nas ruas durante as manifestações de protesto de junho. O IPM está correndo sob sigilo e, inicialmente, tem o prazo estipulado de 40 dias para a conclusão.

Outra investigação para apurar o envolvimento do sargento com as milícias da Praça Seca foi aberta ontem pelo delegado Marcus Vinícius Braga, da 28ª DP (Campinho). Ele esteve no imóvel, constatou que havia a inscrição UPP na casa e pediu o laudo técnico da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli. Ele convocou o sargento Força a prestar depoimento durante a semana e ouvirá outras testemunhas. O policial pretende também anexar as informações que constam no inquérito da PM.

A Favela da Chacrinha é uma das comunidades carentes de Jacarepaguá que são monitoradas por policiais militares desde a morte de um subtenente do Batalhão de Operações Especiais (Bope), sexta-feira. Ontem, a PM informou que localizou acampamentos e casas usados por bandidos para se refugiar na região. As operações não têm data para acabar. *As informações são do jornal "O Dia".

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