Brasília (Pedro Peduzzi, repórter da Agência Brasil) - Representantes do Google, da Microsoft e do Facebook negaram hoje (15), no Senado, que as empresas tenham dado ao governo dos Estados Unidos "acesso irrestrito" ou "de grande escala" a informações de seus clientes. Eles participaram de audiência pública para debater as denúncias de espionagem norte-americana a e-mails e ligações telefônicas de brasileiros.
“Até o fim do ano passado, 0,00002% [das informações solicitadas ao Facebook] foi requisitado por autoridades norte-americanas de qualquer âmbito, seja federal ou estadual, [o que abrange] desde delegados procurando crianças desaparecidas e roubos até questões de segurança nacional”, disse o gerente de Relações Governamentais do Facebook no Brasil, Bruno Magrani. “Não houve nenhum acesso em grande escala”, acrescentou.
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Posições similares foram apresentadas pelo diretor de Políticas Públicas do
Google Brasil, Marcel Leonardi, e o diretor-geral Jurídico e de Relações Institucionais da
Microsoft Brasil, Alexandre Esper.
Leonardi disse que a Google não aderiu a qualquer programa de espionagem do governo norte-americano e que a empresa não permite instalação de equipamentos daquele governo para fins de segurança. “Não existe nenhum mecanismo de acesso a essas informações, apesar de diversos países terem sugerido isso. Ninguém pode pegar esses dados em nossa empresa”, garantiu. “Agimos apenas de acordo com a lei. [Por isso,] muitas vezes esses pedidos são negados. E quando somos obrigados, [a informação] é entregue às autoridades”.
O diretor da Google acrescentou que, se tivesse a permissão do governo dos EUA para publicar o número de requisições que envolvem a segurança nacional daquele país, as pessoas chegariam à conclusão de que “o cumprimento está aquém das alegações generalizadas feitas na imprensa”, e que o que gera suspeitas é justamente a falta de transparência sobre como essas requisições são feitas.
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Já o diretor da Microsoft disse que, desde o dia 16 de julho, a empresa fez pedido ao Tribunal de Vigilância de Inteligência Estrangeira dos EUA (Fisc, na sigla em inglês) para divulgar amplamente os dados, mas ainda não recebeu a autorização. “A privacidade e a segurança dos nossos usuários são preservadas e não oferecemos acesso irrestrito a dados de clientes a nenhuma autoridade. O que a mídia escreveu, ela levantou em cima de fatos, mas são percepções ou impressões. Essa não é a forma como a empresa opera”, disse Esper.
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Em audiência pública feita na semana passada pela Comissão de Relações Exteriores do Senado, o jornalista Glenn Greenwald, do jornal britânico
The Guardian, denunciou que o monitoramento de comunicações eletrônicas, pelos EUA, sob a justificativa de combate ao terrorismo, visavam, na verdade, à obtenção de informações privilegiadas relativas a acordos econômicos, estratégias políticas e competitividade industrial de outros países.
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