Garotinho afirma que não há inquérito contra ele e diz que as "Organizações Globo são vingativas".

A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou ao Supremo Tribunal Federal o deputado federal Anthony Garotinho (PR-RJ) e sua mulher e prefeita de Campos dos Goytacazes (RJ), Rosinha Garotinho. A denúncia foi apresentada no dia 24 de julho, dentro do inquérito que investiga “eventuais crimes de peculato (desvio de verba pública) e lavagem de dinheiro, imputados ao deputado e sua mulher”. O Diário de Justiça publicou as informações nesta quinta-feira (8), mas a PGR não divulgou o teor das acusações. A informação é da revista Época.

De acordo com a publicação, o inquérito refere-se à suspeita da existência de um esquema de desvio de dinheiro do Estado do Rio de Janeiro por meio de ONGs, entre 2003 e 2006, quando Rosinha era governadora fluminense. Em 2010, o Ministério Público do Rio de Janeiro acusou o casal Garotinho e mais 86 pessoas de desviar quase R$ 60 milhões. Os promotores de Justiça afirmaram que pelo menos R$ 350 mil tinham ido parar no caixa da pré-campanha de Garotinho a presidente da República, quando ele era filiado ao PMDB. Atualmente, Garotinho é líder do PR na Câmara e adversário dos peemedebistas.

Quando surgiram as primeiras acusações, Garotinho negou participação em qualquer esquema e afirmou que processos com as mesmas investigações contra ele foram extintos. O deputado disse que a coordenação de sua pré-campanha, quando soube que empresas ligadas às ONGs haviam feito as doações, devolveu dinheiro sem gastar. A investigação envolve também a atriz Deborah Secco e sua família. O pai de Deborah foi apontado como um dos operadores do esquema com as ONGs – segundo o Ministério Público, R$ 158 mil acabaram depositados na conta da atriz. Os advogados de Deborah Secco sempre negaram que ela estivesse envolvida.

O ministro do Supremo Dias Toffoli decidiu desmembrar o inquérito. Isso significa que somente Garotinho e Rosinha continuarão sendo investigados pelo STF.
Garotinho diz que é vítima de "mais um ataque das Organizações Globo" As Organizações Globo são vingativas. Bastou que na quarta-feira eu assinasse o pedido da CPI para investigar o rombo fiscal praticado pela TV Globo contra a Receita Federal, avaliado em mais de R$ 650 mil. Mais uma vez usaram a revista Época para me atacar. 

O ministro Dias Toffoli, numa decisão meramente administrativa, sem sequer instaurar inquérito, mediante uma denúncia que envolve 89 pessoas, disse que pelo fato de eu ser deputado federal, o meu caso, conforme determina a lei, será analisado pelo STF. 

Para que vocês tenham uma idéia da irresponsabilidade do repórter Hudson Corrêa, o mesmo que vem escrevendo há dois meses matérias contra mim, por orientação da assessoria FSB contratada por Cabral, o ministro Dias Toffoli disse no desmembramento do processo, que eu tenho 15 dias para apresentar minhas alegações, só então ele decidirá se haverá abertura de inquérito. Portanto não há inquérito nenhum contra mim como induz a matéria da Época. Mas para fazer alarde e confundir as pessoas, o repórter dá a entender que eu estou respondendo a processo, quando não há nem inquérito. 

Ao longo da minha vida pública, esse tipo de perseguição tem trazido grande prejuízo a minha imagem como político; pessoas que não conhecem o mundo jurídico e suas filigranas, lendo uma matéria como essa da Época, acham que eu fiz alguma coisa errada. Quem responde a processo é a Globo, e não eu, disse o deputado federal Garotinho.

(Momento Verdadeiro com informações da revista Época e do Blog do Garotinho)

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