Pastor Marcos,da Assembleia de Deus,obrigava as fiéis a orarem.
A Polícia Civil diz que o pastor Marcos Pereira, fundador da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, primeiro usava a oratória para convencer as fiéis. De acordo com o delegado titular da Delegacia de Combate às Drogas, Márcio Mendonça, "o pastor usava a oratória para convencer as vítimas. Se não fosse suficiente, usava a força física", diz o delegado que ainda investiga o Marcos Pereira por quatro homicídios, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro.
Marcos Pereira foi preso anteontem à noite, foi denunciado à polícia por mais quatro pessoas. A investigação da Dcod ouviu 30 testemunhas em um ano e, no total, outras 20 mulheres são citadas como vítimas do religioso. De acordo com os depoimentos, ele obrigava as fiéis a orarem enquanto faziam o ato, dizia a elas que iria salvá-las do demônio se mantivessem relações com ele e promovia orgias entre fiéis de sua igreja, a Assembleia de Deus dos Últimos Dias, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
De acordo com informações divulgada no jornal "Extra", uma vítima afirmou que o pastor organizava orgias na casa de uma irmã do traficante Marcinho VP, em Ricardo de Albuquerque. Segundo o depoimento, ele obrigava a menina a ir dormir na casa da mulher e aparecia no local de madrugada. A vítima, então, "era obrigada a manter relações com os dois". Ela ainda afirma que o pastor a obrigava a "ter relações com um homem que ela não conhecia, como se fosse garota de programa".
O pastor ainda não se pronunciou sobre as acusações. Ana Madureira Silva, ex-mulher de Marcos Pereira, deu duas versões. Em depoimento à polícia, disse que o marido a violentou. Ao jornal "Extra", ela nega a versão. "Sou crente em Jesus, nunca menti. Me coloca numa situação vexatória. É golpe baixo."
Pastor teria abusado de criança — "Entrei para a igreja quando tinha 9 anos. Estudava na mesma escola que todas as meninas da igreja, e quem me levava de van para o colégio era um dos assistentes do pastor, que abusava de mim na volta. Contei aos meus pais, e eles foram ao pastor Marcos. Ele, então, me chamou ao gabinete dele. Estava lá sozinha. Ele me pediu para contar o que acontecia na van. Enquanto eu contava, ele repetia o que eu dizia em mim. Me apalpava, passava a mão nos meus seios, tentava me beijar. Meus pais me ouviam gritar do corredor, em frente à sala. Vendo que eu não queria ficar com ele, ele me deu um soco no meu seio esquerdo. Até hoje tenho a marca. Meus pais não acreditaram quando contei, e continuei sendo obrigada a frequentar a igreja. Dois anos depois, fui morar lá por três meses. Mesmo eu tendo medo do pastor, ele vivia atrás de mim, me oferecia carros, bolsas caras, viagens para o exterior se eu topasse ficar com ele. Uma vez, ele foi ao meu quarto, de madrugada, e me chamou para ir dormir sozinha com ele na Fazenda Vida Renovada, que ele tem em Nova Iguaçu. Não aceitei. Durante um culto, ele me chamou de vagabunda, safada, na frente de todos os fiéis. Nunca mais voltei na igreja depois daquele dia. Até hoje tenho medo dele, que ele faça alguma coisa comigo." — As informações são do jornal "Extra", que conversou com uma das vítimas. A jovem afirmou que o pastor prometia presentes em troca das relações. Após abandonar a igreja, ela depôs à polícia.