Giordano Bruno a astrobiologia e outros mundos habitados.

(Andrômeda -Foto: Nasa)
"As ideias de Giordano Bruno sobre o universo" -  O artigo de Adriana Oliveira Bernardes, publicado no blog Ciência da "Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro" (UENF) revela que muitas pessoas, ainda hoje, olham para o céu noturno e não sabem que aqueles diminutos pontos brancos são sóis, assim como o nosso Sol. Por se localizarem a grandes distâncias da Terra, as estrelas parecem pequenas, porém muitas delas são maiores que o Sol, apresentando dezenas de massas solares.

O artigo ressalta que no tempo de Giordano Bruno, acreditava-se que a Terra fosse o centro do universo. Não se conheciam as galáxias e os bilhões de estrelas que as povoam. Giordano Bruno não acreditava nesta teoria, chamada geocêntrica, criada por Ptolomeu e sustentada por Aristóteles. Ele acreditava na teoria heliocêntrica de Copérnico, na qual o Sol, e não a Terra, estava no centro do universo. É, é isso mesmo, "do universo", pois nesta época nosso Sistema Solar era considerado todo o universo conhecido.

A teoria heliocêntrica teve sua origem na Grécia antiga com Aristarco de Samos e voltou à discussão com Nicolau Copérnico, que lançou seu livro sobre o assunto já no leito de morte. Ao contrário de Aristarco, que utilizou a lógica para chegar à conclusão que a teoria heliocêntrica era a correta, Copérnico mostrava que os cálculos funcionavam melhor quando se pensava no Sol como centro do universo.

(Reprodução)
Giordano Bruno era um frade dominicano, nascido em Nola, na Itália, que divulgava ideias sobre teorias que não eram aprovadas pela Igreja. Fugindo de seus perseguidores, chegou a viver na França e na Inglaterra. Sua estada neste pais, inclusive, foi bem frutífera, já que leu nesta época Thomas Digges, um defensor da ideia de que o universo era infinito e não limitado como se pensava.

Nesta época, a Inquisição tinha grande força e muitas foram as pessoas perseguidas por defenderem ideias contrárias à Igreja. Quem divergia da Igreja, aliás, tinha grande chance de ir parar na fogueira. A Igreja não aceitava, por exemplo, as teorias não aristotélicas — o que, aliás, fez o livro de Copérnico ir parar no Index, livro da Igreja para obras proibidas.

Assim como Copérnico, Bruno era padre, tendo divergido das idéias que eram referenciadas pela igreja e que, como se sabe, transformaram-se em dogmas. Sobre as estrelas, Bruno acreditava que eram como o nosso Sol, constituindo-se em fonte de energia para planetas que as orbitassem. Bruno também cogitava que, se nosso planeta era habitado e se tantas estrelas podiam ser observadas no céu,  poderia haver outros mundos habitados.

Atualmente, a astrobiologia aponta para a possibilidade de que estes mundos sejam habitados. Porém a possibilidade de que nosso planeta seja visitado por extraterrestres  não é considerada, porque, devido às grandes distâncias, a viagem seria inviável  — pelo menos com a tecnologia de que dispomos atualmente.

A verdade é que estamos a grandes distâncias um dos outros. A galáxia mais próxima da nossa, Andrômedra, encontra-se a dois milhões de anos luz de nós. Logo, para se chegar aqui, mesmo viajando na velocidade da luz — o que não é possível, segundo a teoria da relatividade restrita de Einstein — seriam necessários dois milhões de anos.

Em um de seus muitos livros, Bruno afirmou que o universo era infinito, que havia infinitos mundos habitados e que a evolução e não imutabilidade existente no universo era sinal de perfeição. Estas afirmações eram contra tudo que a Igreja pregava e havia transformado em dogma.

Bom, se Galileu passou o resto da vida em prisão domiciliar por afirmar que o Sol estava no centro do Sistema Solar e que os planetas giravam a seu redor, Bruno, que viveu alguns anos antes, não teve tanta "sorte". Giordano Bruno morreu em Roma em 1600, queimado na fogueira pelas mãos da Santa Inquisição, tendo sua língua pregada ao queijo para que não pudesse falar.

Bruno é considerado um homem à frente do seu tempo e tem hoje a maioria de suas idéias comprovadas pela ciência.

(Momento Verdadeiro| Fonte: Blog Ciência da UENF).

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