Mais de 70% dos cemitérios públicos têm problemas ambientais e sanitários.

(Foto reprodução internet)
Mais de 70% dos cemitérios públicos brasileiros têm problemas de ordem ambiental e sanitária. É o que aponta um estudo do geólogo e mestre em engenharia sanitária Lezíro Marques Silva. O levantamento reuniu dados de mais de mil cemitérios do país, entre públicos e privados. 

Segundo o pesquisador, que é professor da Universidade São Judas, explica que os problemas começam na superfície com a proliferação de animais vetores de doenças e continuam no subsolo com a contaminação do lençol freático."Se o necrochorume escapa do túmulo, ele pode entrar em contato com o lençol freático, criando uma mancha de poluição que atinge quilômetros de distância a ponto de contaminar poços e rios", explica o geólogo. O necrochorume é um líquido formado durante a decomposição de cadáveres enterrados, similar ao gerado pelos resíduos sólidos em aterros sanitários. “Ele é rico em substâncias tóxicas como putrecina, cadaverina e alguns metais pesados”, explica. 

Em seu estudo o geólogo também destaca a necessidade de uma legislação mais específica, que oriente a construção de lajes de contenção e obrigue uso de substâncias neutralizadoras do necrochorume. 

Os pesquisadores defendem que a cremação seria a solução mais adequada para a preservação do meio físico. Eles avaliam, no entanto, que a questão cultural é o principal empecilho para o uso da técnica. “A cremação é muito incipiente no Brasil. E isso não tem a ver diretamente com o custo. Enquanto se paga entre R$ 350 e R$ 400 para cremar um corpo, o enterro mais simples custo no mínimo R$ 2 mil. É uma questão cultural”, avalia Lezíro. 

Momento Verdadeiro| Ciência e Saúde.
Com informações da Agência Brasil.

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