“Mas não é toda mulher na menopausa que precisa repor”, diz especialista sobre a reposição hormonal.
O CFM (Conselho Federal de Medicina) publicou uma resolução proibindo a prescrição por médicos da reposição hormonal em tratamentos que prometem retardar ou impedir o envelhecimento, sob pena de cassação de licença. Esses tratamentos são conhecidos como “anti-aging”.
O argumento é que a reposição e a suplementação com antioxidantes (vitaminas e sais minerais) para este fim não têm comprovação científica e geram riscos. Segundo a Câmara Técnica de Geriatria do CFM, prescrever hormônio do crescimento para “rejuvenescer” um adulto sem deficiência da substância é submetê-lo ao risco de adquirir várias doenças, entre elas diabetes e câncer.
Maria do Carmo Lencastre de Menezes e Cruz, membro da comissão, explica que o abuso da testosterona pode levar à maior incidência de câncer de próstata, por exemplo. Ela explica que outros hormônios em excesso podem causar hipertensão.
A médica aprova, no entanto, o uso em pacientes específicos. Em mulheres que sofrem problemas em fases da menopausa, por exemplo. “Mas não é toda mulher na menopausa que precisa repor”, diz.
O presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo do Envelhecimento, Wilmar Jorge Accursio, afirma que, de fato, há abuso na prescrição de hormônios. Já o presidente da Sociedade Brasileira para Estudos da Fisiologia, Ítalo Rachid, discorda de pontos da resolução do CFM. Ele alega que a reposição e suplementação hormonal podem ter caráter preventivo em males como a prevenção da perda de massa óssea em mulheres.
Segundo a Corregedoria do CFM, em quatro anos, a entidade cassou o registro profissional de cinco médicos que praticavam os procedimentos sem comprovação científica.
Momento Verdadeiro - Saúde
Fonte: O Dia