"Fantástico": Cissa Guimarães: “eu vou até o final, pela memória do meu filho".
O "Fantástico", da TV Globo, exibiu uma reportagem sobre o alto número de acidentes fatais no trânsito brasileiro. Recentemente a justiça decidiu levar a júri popular o motorista de um carro de luxo que, em setembro do ano passado, provocou uma série de acidentes em São Paulo e matou uma pessoa.
A atriz Cissa Guimarães também participou do "Fantástico", e contou que no Rio de Janeiro, o juiz mudou o processo contra Rafael Bussamra, que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, o filho da atriz. Em vez de júri popular, ele vai responder por homicídio culposo.
Segundo testemunhas, Bussamra e o amigo Gabriel de Souza Ribeiro entraram num túnel fechado para obras para fazer um racha. Rafael andava de skate com amigos na boca do túnel e foi arremessado a 60 metros de distância.
O juiz alegou que o atropelador não agiu com indiferença, porque ligou para a polícia e a ambulância.
“ Os pais, o pai e o irmão foram lá para corromper essa polícia que eles chamaram para ajudar?”, afirma Cissa Guimarães, mãe de Rafael.
Pouco depois do acidente, Rafael Bussamra e o pai e o irmão foram flagrados por câmeras de segurança corrompendo policiais militares para esconder as provas do crime.
Os policiais já foram condenados a cinco anos de prisão, em regime semi-aberto, por corrupção passiva. Mais do que a pena máxima a que Bussamra está sujeito por homicídio culposo.
Rafael Bussamra, o pai, o irmão, e o advogado deles não quiseram falar ao Fantástico.
Cissa recorreu: “Eu vou até o final, pela memória do meu filho. Mas acima de tudo para acabar com essa impunidade que me dá enjoo. Que me dói”.
Segundo a reportagem, historicamente no Brasil, as mortes no trânsito são tratadas como homicídio culposo. É quando o acidente é provocado por descuido, imperícia, imprudência, ou o motorista não previu o risco, mesmo dirigindo embriagado ou em alta velocidade. A pena máxima é de quatro anos e pode ser convertida em serviços comunitários. Na maioria dos casos, o condenado escapa da cadeia doando cestas básicas.
Já no dolo eventual, ou homicídio doloso, a Justiça entende que o motorista assumiu o risco de matar ao andar em alta velocidade, embriagado ou participando de um racha, por exemplo. Nesse caso, o acusado vai para o banco dos réus e é o júri popular que determina se ele é culpado. A pena vai de seis a 20 anos de prisão.
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