A utopia do serviço militar.
A dura realidade que nasceu de uma utopia.
Capítulo 2 - Passaram-se cinco anos e Nilson acabava
de completar dezessete anos.
Surge, a utopia do serviço militar.
Começou desenfreadamente a preparar-se
para tal, até que praticando uma de suas corridas matinais, encontrou com
Cristóvão.
- Como vai rapaz ? Está sumido, o que
anda fazendo?
- Estou servindo à FAB (Força Aérea
Brasileira).Como tive que viajar para o
Rio de Janeiro. Sabe, em busca da realização de um sonho antigo, ser piloto de
cassa.
- Que bom! Fico muito feliz. Mas por aqui
as coisas não estão caminhando muito bem.
Depois que partiu a bela Gilsélia também se foi. Fiquei praticamente sem
amigos e logo minha mãe decidiu que teria que dobrar seu horário de trabalho.
- Amigo! Que situação difícil, porém
estarei retornando segunda-feira ao Rio de Janeiro. Lá, moramos num barraco, no bairro da
Glória, não tem luxo nenhum, mas como coração de mãe sempre abriga mais um, tem
coragem para lançar-se à sorte?
- Vou pensar.
- Até breve, amigo.
- Até logo.
Bom, dependia do Nilson, sua oportunidade tinha surgido era tudo ou
nada, ora não tinha mais o que perder.
Lembre-se caro amigo que,
seu estudo tinha sido interrompido, seus amigos haviam seguido seus
destinos, todos cresciam e principalmente tinha obrigação de ajudar sua mãe.
Passou o sábado, domingo... conversou com sua mãe e decidiu com
convicção. Era hora de seguir seu instinto lutador.
Eram aproximadamente 16h45m, quando ao cumprimentar todos partiu.
Dona Rosa segurou seu pranto, mas conhecia o filho que tinha e não se
opôs, apenas juntou alguns mantimentos e colocou em sua mochila, sabia que por
alguns dias não passaria necessidade.
Cristóvão
imprevisível, não disse-lhe que pretendia arrumar carona, pois seu
espírito aventureiro, como sempre surpreendia.
Andaram cerca de 8km, até que encontraram um
posto de gasolina especial, desses preferenciais dos caminhoneiros.
Lá, conheceram o Sr Rubens. Apesar
de robusto, era generoso e resolverá ajudar.
Como a hora não para eram 1h30m da manhã, e o
caminhoneiro precisava descansar.
Ficaram embaixo do caminhão, conversaram e
cochilaram, quando a aurora resplandeceu em suas faces.
É já era segunda feira (...) Cristóvão precisava
apresentar-se na caserna.
- Bom dia! Sr Rubens.
- Bom dia rapazes, temos muita estrada
pela frente, vamos eu pago um café e partiremos rapidamente pois tenho que
entregar esta carga em Madureira até às 16h.
- Nilson cansado pela noite mal dormida,
mas ansioso tratou de engolir o pãozinho e apressar o Cristóvão, vamos.
- Já vou, Cristóvão também preocupado em
chegar ao Quartel acatou o pedido de Nilson e correu.
Estavam caminhando, Nilson transbordava de
júbilo e tagarelava sem parar, muitos eram seus planos agora tudo indicava que
iria tornar-se realidade.
Atenção! Numa
freada brusca eles interrompem sua prosa. Era um Ônibus que por imprudência de
seu motorista na ultrapassagem jogara-os
ao acostamento. Sendo sorte realmente a calma do Sr Rubens que conseguiu
controlar o caminhão.
Passado este susto, ambos recuperados. Não
havia nada a fazer, somente agradecer a
Deus pela graça concedida, pois apesar de tudo todos estavam bem.
Agora já aproximava-se do meio dia, como
faltava somente alguns quilômetros o leitor pode imaginar a ansiedade de Nilson
em vislumbrar-se com esta terra que até então só conhecia através da televisão.
Cristóvão
sempre fazendo o mesmo percurso, falou:
-
Amigo, daqui a alguns minutos estaremos em Niterói, e daí você poderá
contemplar a Cidade Maravilhosa.
- Que legal!
Como quem anseia por um prato de comida quando
está faminto, num piscar de olhos via seu sonho se realizando.
Sr Rubens também iria cumprir sua tarefa,
breve retornaria a seu lar.
É foi tão comovente olhar a expressão daquele
jovem cheio de utopias, que o Sr Rubens sentira-se confiante e por vezes
determinava a vitória para Nilson,
naquela despedida deixou vários conselhos, e nosso sonhador apenas
adicionava mais conhecimento e experiência pois sabia que não seria fácil viver
fora do seio familiar.
Autor: Washington Luiz.
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