Federação culpa palmeirenses e corintianos pelas confusões nas finais da Libertadores.

Da Agência Estado - Para Federação Paulista de Futebol, Polícia Militar e clubes, os torcedores foram os culpados pelos tumultos ocorridos quarta-feira do lado de fora do Pacaembu, antes da decisão da Copa Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors, e quinta-feira nos arredores da Arena Barueri, palco da primeira partida da final da Copa do Brasil entre Palmeiras e Coritiba. A principal queixa é que os torcedores deixaram para entrar em cima da hora do jogo.

Nas duas partidas, houve confronto entre policiais e torcedores. Dezenas de pessoas ficaram feridas e muitos torcedores não conseguiram assistir aos jogos apesar de terem ingresso.
"Os torcedores ficaram do lado de fora do estádio esperando para saudar o ônibus da delegação. Depois, tinham 7 mil pessoas para entrar ao mesmo tempo. O que poderíamos fazer?”, disse o diretor jurídico do Palmeiras, Piraci de Oliveira.
Houve empurra-empurra entre os torcedores, que, revoltados, começaram a atirar vários objetos nos responsáveis por controlar o acesso às catracas. Por volta das 20h30, mais de uma hora antes de o jogo começar, os portões de entrada da Arena Barueri foram fechados para impedir que os torcedores tentassem invadir o estádio. A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha.
Impaciência. Responsável pelo policiamento no local, o tenente do 20.º Batalhão da PM Daniel Ribeiro Juvino explicou que os policiais tiveram de entrar em ação após uma grade ser derrubada pelos palmeirenses. “Muita gente ficou impaciente com a revista e queria entrar rápido no estádio porque o jogo já ia começar. Começou um tumulto e garrafas e pedras foram atiradas. A PM dispersou a multidão apenas para reorganizar a fila e permitir que quem estivesse com o ingresso conseguisse entrar”, justificou.
Presidente do Departamento de Segurança e Prevenção da Federação Paulista, o coronel Marcos Marinho também criticou o fato de muitos palmeirenses quererem entrar na Arena Barueri minutos antes de a partida começar. 
No Pacaembu. No jogo do Corinthians, o problema, segundo Marinho, foi que cerca de 1.500 torcedores que não tinham ingresso tentaram ultrapassar a área de triagem montada pela PM na Praça Charles Muller. Para conter os invasores, também foram usadas bombas de efeito moral e balas de borracha. Assim como na Arena Barueri, houve muito corre-corre e várias pessoas ficaram feridas.
Nas bilheterias do setor vip do Pacaembu, houve confusão porque muitos torcedores não conseguiram entrar mesmo com ingresso na mão. Alguns tentaram forçar a entrada. Funcionários que controlavam o acesso alegavam que os bilhetes já tinham sido utilizados.
Ainda de acordo com Marinho, o tumulto no Pacaembu só não foi maior porque o Corinthians montou telões no Parque do Anhembi - aproximadamente 30 mil torcedores acompanharam a partida no local, que fica sete quilômetros distante do estádio. “É um exemplo que vem das Fan Fests das Copas do Mundo. Isso ajuda a tirar dos arredores dos estádios aquelas pessoas que não conseguiram comprar ingresso”, diz.
Mesmo assim, Marinho afirma que os clubes têm de se organizar melhor para receber os seus torcedores, sobretudo em jogos que atraem grande público, como as finais de quarta e quinta-feira. “É preciso melhorar os acessos, os portões de entrada, esclarecer que os bilhetes só serão vendidos antes das partidas, colocar mais orientadores. Ou seja, temos de educar o torcedor para que cenas como essas não se repitam.”
Processo. De acordo com o promotor da Promotoria de Justiça do Consumidor Gilberto Nonaka, além dos clubes, a federação, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e a Conmebol podem ser penalizadas por causa dos tumultos de quarta e quinta-feira. “Nesses casos, pode haver uma responsabilidade solidária entre os organizadores da competição e não só entre os clubes”, disse.
O diretor de Fiscalização do Procon, Márcio Marcucci, diz que os torcedores que se sentiram lesados devem entrar com ações judiciais contra os clubes e os organizadores da competições. A ação pode ser individual ou coletiva. “Ele está amparado tanto pelo Estatuto do Torcedor como pelo Código de Defesa do Consumidor. O prejuízo não foi só econômico porque o torcedor comprou o ingresso e não conseguir ver o jogo. Ele teve um dano moral porque queria ver uma final, um evento especial, e não conseguiu”, alega.

Fonte: Estadão de São Paulo.

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