Boate 'Fosfobox' - O músico Daniel Alvarez foi agredido - por quê?
Por que o músico "David Alvarez" foi agredido no interior da boate Fosfobox? Essa é uma pergunta que só as autoridades que estão investigando o caso poderão responder.
Mas leiam o artigo que o Momento Verdadeiro recebeu do coronel da Reserva da Polícia Militar do Rio de Janeiro, 'Milton Corrêa da Costa'.
A truculência e o despreparo de “seguranças” que se consideram acima da lei.
(Reprodução Internet) |
Inconcebível, truculenta, covarde e criminosa a violenta agressão
sofrida pelo cantor e músico David Alvarez, no interior da boate Fosfobox, em
Copacabana, Zona Sul do Rio, na madrugada da última terça-feira. Seguranças do
estabelecimento, pertencentes a uma empresa que presta serviços à citada casa
noturna, são acusados de agressão à vítima provocando-lhe grave lesão no olho
direito. A desproposital agressão teve por causa, segundo o cantor, o fato de
ter sido flagrado fumando em área não permitida da boate. Alega que apenas
pedira uma tragada a um amigo, sem faltar com repeito a ninguém, mas acabou
agredido a socos, tendo ficado desacordado e ( pasmem) jogado na rua em frente
à boate como se abutre fosse. O fato foi de tamanha insensatez e truculência que
o próprio dono da boate, em razão do dano causado à imagem de seu
estabelecimento, pretende processar a empresa contratada para garantir a
segurança no local.
Por mais que a vítima tenha ou não relutado para desvencilhar-se do
cigarro tal reação, por quem tinha por missão principal, no caso, proteger e
garantir (intramuros) a incolumidade física das pessoas, é sobretudo descabida
e vem se tornando prática constante em episódios de violência envolvendo
seguranças truculentos, sisudos e arrogantes, onde em alguns casos, além de
graves agressões, matam pessoas indefesas, durante as intervenções para
manutenção da ordem interna. É o tribunal do poder da força em detrimento do
poder da lei.
Ou seja, há verdadeiros “leões de chácara”, ‘donos do mundo”, de seus
espaços e acima da lei e da ordem, totalmente despreparados para o exercício da
importante função, considerando-se mesmo acima do bem e do mal. Que requisitos
de curso de formação, extensão e aperfeiçoamento possuem para o desempenho da
missão? São ou não são qualificados para o uso dos meios necessários de emprego
da força física durante os momentos de necessária intervenção? O que prevalece?
A lei do mais forte?Que preparo técnico e psicológico possuem para lidar com a
vida de clientes e frequentadores de casas noturnas, especialmente jovens,
muitas vezes induzidos pelo efeito do álcool e da influência do grupo? Possuem
técnica específica de imobilização pessoal para dominar oponentes e repelir
injusta agressão? Ou são simples grandalhões que imaginam impor o respeito e a
ordem pela truculência e compleição física avantajada?
É necessário, pois, antes que outras tragédias e agressões absurdas por
parte de seguranças de casas noturnas, continuem a ocorrer, que tais serviços
de segurança privada sejam efetivamente fiscalizados por quem tem competência
legal para tal. Boa parte de seguranças de casas noturnas e outros que exercem
a função intramuros atuam na clandestinidade, sem nenhum requisito ou
qualificação para o exercício da missão sendo, ao invés de garantia de
proteção, uma ameaça à própria sociedade.
Com a palavra os órgãos competentes pela fiscalização, controle e
monitoramento de tal atividade no país. A integridade física e a vida são os
maiores bem jurídicos tutelados. Não podem estar ameaçados pelo despreparo de
“leões de chácara”. O respeito e a manutenção da ordem em estabelecimentos
privados e em eventos sociais, intramuros, não são sinônimo de truculência,
cara feia e predomínio da lei do mais forte. O Velho Oeste é coisa do passado.
Truculência não é sinônimo de autoridade e respeito. No estado democrático de
direito a lei está acima de tudo e de todos. Aprenda-se.
(Texto de Milton Corrêa da Costa)