Livro de português adotado pelo MEC ensina que não há erro na frase: “Nós pega o peixe”.

Divulgação
Usar a “norma popular da língua portuguesa” não tem problema para o Ministério da Educação. Prova disso é que o MEC adotou um Livro didático que já está causando polêmica. O volume Por uma vida melhor, da coleção Viver, aprender, mostra ao aluno que não há necessidade de se seguir a norma culta para a regra da concordância.
Frases do tipo: “os livro ilustrado mais interessante estão emprestado” para exemplificar que, na variedade popular, só “o fato de haver a palavra os (plural) já indica que se trata de mais de um livro”. Em outro exemplo, os autores mostram que não há nenhum problema em se falar “nós pega o peixe” ou “os menino pega o peixe”.
Os autores afirmam que as regras da norma culta não levam em consideração a chamada língua viva. E destacam em um dos trechos do livro: “Muita gente diz o que se deve e o que não se deve falar e escrever, tomando as regras estabelecidas para norma culta como padrão de correção de todas as formas lingüísticas”.
Ainda segundo os autores, o estudante pode correr o risco “de ser vítima de preconceito linguístico” caso não use a norma culta. O livro da editora Global foi aprovado pelo MEC por meio do Programa Nacional do Livro Didático.
Momento Verdadeiro

Comentários

  1. A tradução para o inglês é: The boy catches the fish. Usar catch ao invés de catches é errado, porque a terminação "es" é própria da segunda pessoa. Qualquer semi-analfabeto americano saberia distinguir essas duas palavras. A conjugação de verbos no inglês é muito mais fácil. O verbo em português sempre foi conjugado. Alguém quer mudar isso? Ou seria mais uma invenção idiota como a de reintroduzir letras que nunca saíram do alfabeto (k-w-y), sumir com o trema, retirar o acento de (boia, colmeia, ideia e joia), retirar o hífen de (auto-peça, semi-novo e co-seno)? Parem de mexer na língua. Para comparar veja este comentário postado na Amazon, sobre um livro escrito por uma pessoa que nunca havia lido um livro: "Grate book! I use to be a Harvard inglish profeser. I reed this bok and now forgot how spel and use inglish. Plot was nyce, had good story and hot chicks. ". Se quiser ver pra crer:
    http://www.amazon.com/Shore-Thing-Nicole-Snooki-Polizzi/dp/1451623747 (o livro se chama: A Shore Thing)

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  2. Excelente iniciativa. Pena que pessoas afastadas do meio escolar sejam tão preconceituosas com as mudanças. Professores preguiçosos que não aprimoram sua prática há anos também rejeitam a proposta. Bom, eu apoio veementemente um modelo de ensino em que o aluno aprenda realmente a se comunicar e interpretar o mundo ao invés de saber de cabeça toda a gramática mas não consegue ler um jornal com olhar crítico. As normas são sim importantes, mas não devemos fingir que a língua que aprendemos hoje na escola é a mesma que falamos no dia-a-dia. Duvido que qualquer um, com qualquer grau de escolaridade ou nível socioeconômico, se preocupe com as regras da gramática normativa quando conversa informalmente. Não estamos mais na ditadura, esta dicotomia "certo x errado" precisa ter um fim nas nossas escolas.

    Gostaria muito que se colocassem em prática reformas equivalentes no ensino da Matemática. Explorando a ciência de forma intuitiva e construtivista e menos ortodoxa.

    Ambos, no âmbito do ensino básico, são, até hoje, um mero aparato de regras "não amigáveis" e dissociadas da realidade.

    Vale ressaltar que tomar esses rumos libertários exige muita responsabilidade, dedicação, e amor ao ensino. Não é simplesmente quebrar regras; é desconstruir algo antiquado com o dever de construir algo melhor. Apoio a iniciativa e, tenho esperança de que seja muito bem implementado.

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  3. No que diz respeito ao livro didátio, ainda não o li. Logo, não posso avaliá-lo. Porém, desde que essa história toda começou, duas coisas podem, de imediato, ser pensadas: o poder que os meios de comunicação exercem sobre as pessoas, principalmente sobre as menos informadas e qual a influência real disso na educação.

    Esses dias eu tenho lido críticas mordazes ao governo, vindas, na maioria das vezes de pessoas que pouco (ou nada) entendem sobre educação e/ou, mais especificamente, língua.

    Isso aconteceu porque de um lado, como eu disse, existe um público leitor que não é especialista na questão. Não é linguista e nada sabe sobre os estudos feitos a respeito do processo de aquisição da linguagem; do outro, jornais sensacionalista que, no fundo, no fundo, pouco estão se importando com a qualidade de ensino nas escolas públicas e cujo único interesse é vender jornal.

    Nessas horas, vale tudo. Até vender ao pobre leitor, ignorante das questões sobre o tema, um discurso falso. Será que o jornal tem um consultor, um linguista que possa responder pelo conteúdo da matéria? Será que o jornal entende o que é um PCN? Será que o jornal sabe qual a idéia por trás do 'preconceito linguístico'? Eu posso apostar que a resposta para a maioria dessas perguntas é: NÃO. Então, como pode esse jornal emitir qualquer juízo de valor e lançar mão de expressões como 'erro de Português'se no final das contas o responsável pelo texto sabe sobre o assunto tanto quanto qualquer outro cidadão? Será que a palavra dele, os achismos e opiniões pessoais valem mais do que o estudo sério de nomes como Bagno ou Bechara?

    Francamente, isso é quase um desfavor ao povo que precisa mais de esclarecimento do que qualquer outra coisa. As pessoas já tem essa visão de que a língua é uma entidade sagrada, que é totalmente desvinculada dos falantes e que não tem uma história. Basta ver, com licença da(o) Ary, como se expressam a respeito dela: 'não mexam na língua'. Ora, a língua está em constante transformação. Como as pessoas pensam que o Português se originam? Há quem acredite que falamos da mesma maneira como se falava no século XV? Não!

    Por isso, eu repito, as pessoas precisam mais de informação do que arma para atacar aquilo que elas não compreendem.

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  4. E o que acontece quando uma manchete sensacionalista e irresponsável dessas explode? Qual a consequência que disso dentro do escopo da educação, da produção de livros didáticos? O resultado é um autor com medo de parecer politicamente incorreto; com medo de figurar na próxima edição do Globo; autor que se vê obrigado a deixar de lado o produto de um trabalho sério só por medo da crítica. Quem sai perdendo com isso tudo? A família Marinho e seus sócios?

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  5. Sinceramente, é quase impossivel crer que o MEC tenha adotado tamanha aberração.
    Acho que estamos retrocedendo em matéria de ensino no Brasil.
    Sou contra esse crime contra nossa língua mãe.
    Acesse: oescudeiro59.blogspot.com

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  6. Não posso falar muito a respeito desse livro, mas ó pouco que entendi, querem separar o português do rico e do pobre.
    As crianças que chegam aos 14 anos e ainda não léem e nem escrevem bem, com certeza não terão muito esforço para mudar, por que agora é certo falar errado, e os pais que já são exemplos de não falarem correto por algum motivo,não terão motivos nenhum de exigir das escolas mudança no modo de falar de seus filhos.
    E até imagino o quanto essa nova norma irá atrazar ainda mais os alunos que já estão atrazados .
    Acredito que não exista preconceito, e sim crianças que carecem de ajuda para não serem separados, como se não fossem capazes de aprender o certo.


    18 de maio de 2011

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