Prefeitura deverá jogar 6 mil toneladas de lixo/dia em reserva subterrânea com capacidade para abastecer população.

Reprodução - Lixão
No município de Seropédica, na região metropolitana do Rio de Janeiro, está o Aquífero Piranema estudos apontam que sua reserva subterrânea hoje tem capacidade para abastecer a população carioca em caso de extrema necessidade. Mas uma decisão da Prefeitura pode mudar esse quadro. Deu início na última quarta-feira (20) à descarga de lixo no novo aterro sanitário da cidade justamente em Seropédica. Já foram despejadas na área do Aquífero três carretas, cada uma com 30 toneladas, o planejamento é de 1000 toneladas diárias, podendo chegar a 6000 toneladas dia que são produzidas hoje no Rio.
A decisão está sendo criticada por geólogos.
Entre os críticos da instalação do depósito, está a professora da Universidade Federal Fluminense (UFF), Sirlei de Oliveira, doutora em geologia e integrante do Conselho do Meio Ambiente de Seropédica. “Eu e os demais pesquisadores da UFRRJ somos absolutamente contra, devido a área que foi escolhida, que é a mais inadequada possível. O solo onde eles estão colocando o lixo é composto de areia. Por mais que falem em fazer camadas de proteção, não será suficiente. Em algum momento, podemos ter um comprometimento muito sério do corpo d´água que está abaixo, o Aquífero Piranema”, alertou a geóloga.
Ela discorda da forma como está sendo tratado o aquífero, que representa uma reserva estratégica em caso de acidente com o principal fornecedor de água para a cidade do Rio de Janeiro, o Rio Guandu, afluente do rio Paraíba. “Hoje o mundo todo está preocupado com a quantidade de água doce que temos à disposição num futuro próximo. Este aquífero é suficiente para abastecer o Rio de Janeiro por mais de um mês, se houver qualquer tipo de contaminação no principal corpo hídrico, que é o Guandu”, advertiu Sirlei.
Para a geóloga, o agravante foi a escolha do local, que é justamente onde acontece a recarga de água, próximo a uma serra, que funciona como uma grande calha para as chuvas, que em seguida se infiltram no solo, garantindo novo suprimento de água.
Já a Prefeitura pontua a importância do fechamento de outros lixões. O secretário de Conservação e Serviços Públicos do Rio, Carlos Roberto Osório, defendeu a operação do CTR e disse que o maior benefício será o fechamento definitivo de Gramacho. O Rio de Janeiro está pagando uma grande dívida ambiental que tínhamos na região metropolitana. Com o início das operações do CTR de Seropédica, que é o mais moderno do Brasil, nós iniciamos o fechamento do aterro de Gramacho. O Rio sai de uma situação de grande fragilidade ambiental para uma situação de vanguarda e modernidade no tratamento dos resíduos sólidos da nossa cidade”, disse Osório. Momento Verdadeiro com informações da Agência Brasil.

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