Grupo de Eike Batista destinará 65 milhões para compensar futuros impactos ambientais no Açu.

Foto: Momento Verdadeiro
Grupo de Eike Batista terá de compensar impacto com pagamento de R$ 65 milhões
Dois empreendimentos do empresário Eike Batista no porto do Açu (São João da Barra, norte fluminense), uma termelétrica e um estaleiro, obtiveram ontem a licença prévia de construção da Secretaria de Estado do Ambiente do Rio.


O grupo, entretanto, terá de arcar com despesas de R$ 65 milhões em compensações, impostas pelo órgão estadual.


Os recursos serão usados para a instalação de uma área de preservação permanente da flora local, conservação da biodiversidade da região e em investimentos em saneamento básico, de acordo a secretaria.


A Folha apurou que o grupo EBX, de Eike Batista, já esperava a imposição de condicionantes à aprovação da licença prévia e estima obter a licença de instalação (segunda etapa do processo) dos dois projetos em abril deste ano. Somente no estaleiro, por exemplo, a companhia tinha reservado cerca de R$ 30 milhões para compensações.

O projeto consumirá investimentos de US$ 1,7 bilhão (R$ 2,8 bilhões) e conta com participação minoritária de 10% do grupo sul-coreano Hyundai, que será responsável também por toda a transferência de tecnologia para o estaleiro.

O empreendimento é tocado pela empresa de construção naval do grupo, a OSX. O estaleiro será construído em módulos, com a capacidade de montagem de navios sendo ampliada aos poucos. A primeira fase está prevista para 2013.



PLANEJAMENTO


A termelétrica também seguirá o mesmo conceito e entrará em operação em fases, a partir de 2013, de acordo com o crescimento da demanda por energia elétrica. O investimento total destinado ao projeto é de US$ 4 bilhões (R$ 6,7 bilhões).


A usina terá capacidade total de geração de energia de 3.330 MW -equivalente a uma hidrelétrica do rio Madeira. Serão instalados, em cada fase, módulos geradores (turbinas) de 660 MW.

A ideia é usar o gás a ser produzido pela petroleira do grupo, a OGX, na bacia de Campos, como combustível da termelétrica. Parte da energia produzida será vendida às distribuidoras de energia (mercado cativo). Outra parcela irá para grandes consumidores, especialmente aqueles que venham a se instalar no porto do Açu.

O grupo de Eike Batista já tem pré-acordos para a instalação de siderúrgicas e fábricas de cimento na área contígua ao porto.

Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES/DO RIO

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