CSA : multa por ter poluído o ar por meio de emissão de grafite é de R$2,8 milhões.


 
Rio de Janeiro; Coletiva com Carlos Minc, Secretário Estadual de Ambiente, Marilene Ramos, Presidente do INEA e Luiz Firmino, subsecretátio de ambiente, sobre a compensação que a CSA (Companhia Siderúgica do Atlântico) tem que dar aos moradores que foram afetados pela poluição do ar. Fotógrafo: Salvador Scofano.
Em coletiva à imprensa realizada nesta quarta-feira (5/1), o secretário do Ambiente, Carlos Minc, anunciou as exigências que a pasta fez à CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) por ter poluído o ar, por meio da emissão de grafite, no bairro de Santa Cruz. Minc afirmou que a população do Rio de Janeiro pode ficar tranquila, pois a situação de risco à saúde dos moradores da área não será mais tolerada. Além da definição de cobrança de uma multa de R$ 2,8 milhões, a companhia terá que realizar ações de compensação que somam R$ 14 milhões e incluem medidas como dragagem de canal, na comunidade de São Fernando, pavimentação asfáltica, construção de uma Clínica da Família e de um Centro de Referência para Hipertensão e Diabetes.

- O povo do Rio pode ficar tranquilo, enquanto tudo não estiver resolvido, independente de a empresa ser importante, de serem bilhões de reais, de ser uma companhia que gera muitos empregos, não colocaremos em risco o meio ambiente e a saúde da população. Nós rechaçamos a posição que a empresa tem tomado até agora. As medidas compensatórias são imediatas e irão atender à população local - disse.

Uma auditoria independente começou a ser realizada nesta quarta-feira. O secretário do Ambiente também determinou a colocação de câmeras internas na CSA e as chamou de os “olhos verdes” da fiscalização. A empresa só receberá a licença ambiental definitiva quando cumprir todas as determinações.

Segundo Carlos Minc, a auditoria irá averiguar os problemas do sistema de produção da companhia siderúrgica. Coordenada pela Usiminas, seu custo ficará a cargo da CSA.

- Faremos um pente fino na companhia. Não achamos a posição da empresa responsável, não achamos correta, houve sonegação de informação, por isso uma das medidas obrigatórias será a instalação de câmeras no local, diretamente conectadas ao Centro Operacional do Inea (Instituto Estadual do Ambiente). Será o nosso “olho verde” para não sermos, outra vez, surpreendidos com a falta de informação, que é intolerável. A operação de emergência da companhia se mostrou um fracasso, tem que mudar tudo, tem que haver um sistema seguro – acrescentou.

De acordo com Minc, ficam estabelecidas as seguintes ações compensatórias: dragagem de canal localizado em frente à CSA, no valor de R$ 1 milhão; Pavimentação asfáltica, no valor de R$ 2 milhões; Clínica da Família, R$ 4 milhões; e construção de um centro de referência para Hipertensão e Diabetes, no valor de R$ 7 milhões, sob responsabilidade do Governo do Estado. Ficarão a cargo da Prefeitura a pavimentação asfáltica e a construção da Clínica da Família.

Os lançamentos de grafite no ar resultaram de defeitos em equipamentos da usina e que tornaram necessários descartes de ferro gusa nos poços de emergência licenciados somente para este fim. O primeiro ocorreu logo no início das operações, em agosto de 2010, quando a empresa foi multada em R$ 1,8 milhão.

Também participaram da coletiva à imprensa a presidente do Inea, Marilene Ramos, e o subsecretário do Ambiente, Luiz Firmino Martins.

Ascom/RJ

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