Rio: Comissão de Direitos Humanos teme nova “Chacina do Alemão”
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A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados divulgou nota oficial alertando para o riscos de que as operações policiais de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro repitam o episódio da “Chacina do Alemão”, a mega-operação ocorrida em 2007 que mobilizou 1,3 mil policiais e resultou na morte de cerca 20 pessoas em um único dia. “Foram feitas atrocidades para nada. O tráfico aumentou lá”, aponta o deputado Chico Alencar (P-SOL-RJ) membro da CDHM.
O parlamentar assinala que a situação do tráfico de armas no Rio de Janeiro é pior do que a do tráfico de drogas mas não merece a mesma atenção das forças de segurança. “Não vejo acontecer combate efetivo contra o tráfico de armas. Esse problema é crucial mas é pouco mencionado. Quem abastece esse comércio? Falta serviço de inteligência investigando isso. A arma intimida, é coercitiva, cria um poder de fato”, analisou.
Segundo o parlamentar, o combate da polícia, até o momento, é “ponderado”. Observação semelhante fez o diretor de Defesa de Direitos Humanos, Fernando Matos, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), que está no Rio. “Há consciência [por parte das autoridades] de que se houver derramamento de sangue o impacto vai ser tão ruim quanto as imagens de traficantes tomando conta das comunidades.”
Para a diretora executiva da organização não governamental (ONG) Justiça Global, Sandra Carvalho, há muita apreensão nas regiões em confronto como no Complexo do Alemão e na Vila Cruzeiro, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo ela, os traficantes expulsos das comunidades ocupadas pelas unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) se refugiaram naquela área.
“É o cenário de guerra que tanto se construiu”, disse, fazendo menção à cobertura da imprensa e aos discursos dos dirigentes das forças de segurança que, muitas vezes, definem o combate ao crime organizado como uma batalha. Sandra Carvalho também alertou para os riscos de uma nova Chacina do Alemão. Segundo ela, a apreensão dos moradores é a mesma.
Agência Brasil
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