A República e a formação dos Estados Unidos do Brasil
Marechal Deodoro da Fonseca - Plocamador da República |
Por: Washington Luiz
Proclamar - Fazer-se aclamar- anunciar. Nada melhor que um feriado, se a folga já é boa, melhor ainda quando cai numa segunda-feira. Bom! Brincadeiras a parte, afinal o que estamos comemorando? A Proclamação da República, ou melhor, um golpe formatado por ultraconservadores.
Golpe - Agora essa palavra tem vários entendimentos, mas vamos nos ater somente a dois. Primeiro: Acontecimento súbito e inesperado. Segundo: Manobra para lesar outrem. E agora? Qual desses conceitos se encaixa melhor para Proclamação da República? Um desafio para os fervorosos republicanos contemporâneos.
Segundo a historiadora, Emília Viotti da Costa, o ministro, visconde de Ouro Preto, que assumiu a derradeira tentativa de reestruturar o sistema social de que carecia para que a monarquia continuasse existindo, foi à Câmara apresentar o seu programa de cunho essencialmente liberal. Cujos tópicos principais eram elaborar um Código Civil, criar a Lei de terras para facilitar a aquisição, respeitando os direitos dos proprietários, liberdade de Culto, temporalidade do Senado, plena autonomia dos municípios e províncias, entres outros tópicos que tinham intenções claras de neutralizar as críticas e atender aspirações insatisfeitas. Suas idéias foram aceitas pelo presidente do Conselho, Pedro Luis Soares de Souza, que de acordo com a historiadora, exclamou: “É o começo da República!”, mas Ouro Preto respondeu: “Não, é a inutilização da República.” De fato as reformas eram ousadas, extremamente ousadas, mas chegaram tarde de mais.
Assim diante da resistência da Câmara só restava uma saída, a dissolução, esse impasse em que o governo se encontrava criou um clima de intensa agitação. Foi então que o Partido Republicano do Rio de Janeiro e de São Paulo aliou-se aos militares para que se colocassem a frente do movimento contra o governo.
Dessa forma conforme as explicações da historiadora, Emília Viotti da Costa, essa aliança do Partido Republicano (PR), militares foi à porta que os militares precisavam para dar o golpe final e derrubar a monarquia.
E esse golpe, comandado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, na ocasião, criou os Estados Unidos do Brasil, acabou com padroado separando o Estado, ou seja, a instituição do casamento e do registro civil. Entretanto, a desenfreada política emissionista do ministro da fazenda, Rui Barbosa, acarretou uma inflação incontrolável – chamada encilhamento.
Desde então, nossa pátria que hoje vive livre da escravidão que supostamente desapareceu com advento do regime republicano, ainda mantém resquícios da herança colonial.
*Referencia bibliográfica – História do Brasil – Luiz Koshiba, Mestre e doutor em história pela USP.
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