Enem se for necessário refazer a prova, faremos - mas o exame continurá fortalecido, diz Lula.

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu pela primeira vez, durante viagem por Moçambique, na África, ontem, a possibilidade de o governo fazer mais uma prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Em nota divulgada poucas horas depois, o Ministério da Educação voltou a sustentar que não considera necessária a repetição do concurso para todos os candidatos e procurou amenizar a declaração do presidente da República. Em conversa com jornalistas na base aérea de Maputo, em Moçambique, antes de embarcar para a Coreia do Sul, Lula declarou:

– Nós vamos fazer uma investigação e duas coisas estarão garantidas à juventude brasileira: a Polícia Federal vai fazer todas as investigações para saber o que aconteceu efetivamente e nenhum jovem vai ficar sem cursar a universidade. Se for necessário fazer uma prova, faremos. Se for necessário fazer duas, faremos. Se for necessário fazer três, faremos, mas o Enem continuará a ser fortalecido.

À tarde, o MEC divulgou um comunicado onde refere que “até o momento, não vê necessidade de realizar uma nova prova do Enem. As informações que estão sendo apuradas pelo consórcio Cespe/Cesgranrio e pelo Inep dão conta de que o número de estudantes verdadeiramente prejudicados é muito pequeno”.

O texto diz, ainda, que a declaração do presidente não deveria ser interpretada como uma defesa da realização de uma nova prova para todos os candidatos: “o que o presidente da República afirmou é que o projeto do novo Enem, como anunciado na sua implantação, se consolidará com mais de uma edição por ano.” Até a tarde de ontem, porém, a Defensoria Pública da União, que defende a anulação do concurso, havia recebido 3,2 mil e-mails de candidatos dizendo-se prejudicados por meio do endereço eletrônico enem2010@dpu.gov.br. Esse número supera a estimativa governamental de que menos de 2 mil concorrentes tenham sofrido prejuízos.

A maior parte das queixas se refere ao atraso e a ausência de informações por parte dos fiscais e das falhas de impressão.

O procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho, reforçou o coro favorável à anulação definitiva do exame nacional:

– Para mim, a prova tem de ser nula.

Segundo o procurador, além das falhas de impressão, o concurso foi maculado por erros de segurança como a que permitiu que um jornalista utilizasse um celular para divulgar o tema da redação pela a internet.

– Esses fiscais do Enem 2010 não tiveram o menor treinamento para aplicação de uma prova. Foram fiscais escolhidos informalmente – declarou Costa Filho.

O MEC anunciou que três candidatos que postaram mensagens no twitter durante a prova em Minas Gerais, Pernambuco e Tocantins foram eliminados.



Fonte: ClicRbs-Diário Catarinense

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