Tsunami deixa mais de 4 mil famílias desabrigadas na Indonésia.

Agência Estado - Equipes de resgate na Indonésia estão à procura de sobreviventes depois que um terremoto, um tsunami e uma erupção vulcânica em outra parte do país deixaram um total de mais de 130 mortos. O tsunami deixou um rastro de destruição.


Reprodução/Reuters -


A maioria das vítimas está nas remotas ilhas Mentawai, próximas à costa de Sumatra, que foram atingidas por ondas gigantes causadas por um terremoto de magnitude 7,7, que atingiu a região na segunda-feira.

Um funcionário da agência regional para desastres, Hermansyah, disse à BBC que mais de 4 mil famílias teriam deixado suas casas fugindo do tsunami.

Cerca de 500 pessoas ainda estariam desaparecidas, mas os trabalhos de resgate estão sendo prejudicados pelo mau tempo e pelo mar revolto, que tem impedido a chegada de navios e suprimentos até Mentawai.

Segundo Hermansyah, os desabrigados precisam de tendas, cobertores, água potável e remédios.

Vilas em cinzas

Poucas horas depois do tsunami, o vulcão mais ativo do país, o Monte Merapi, na ilha de Java, entrou em erupção, cobrindo vilas inteiras com cinzas.
Reprodução/AP
Segundo números divulgados pelo principal hospital da região, o número de mortos no local teria chegado a 25, mas um integrante das equipes de resgate, Christian Awuy, disse à BBC temer que até 50 pessoas estejam mortas. Dezenas de outros moradores teriam sofrido queimaduras. A erupção vulcânica cobriu vilarejos inteiros com cinzas.

Awuy diz que apesar de 10 mil pessoas terem sido evacuadas, muitas outras ficaram para trás, com medo de deixar suas casas e fazendas vazias.

Segundo informações de agências de notícias, entre os mortos estariam um bebê de dois meses e o homem conhecido como o guardião espiritual do vulcão, Mbah ou avô Marijan. Para muitos javaneses, o Monte Merapi é um local sagrado.

Novas erupções

O especialista em vulcões do governo indonésio Subandrio diz que a atividade vulcânica parece ter diminuído no Monte Terapi, mas alerta que deve haver mais erupções em breve. O problema, segundo ele, é que não é possível prever quando isso deve acontecer e qual será a intensidade das novas erupções.

Outro vulcanologista, Ed Venski, do Museu de História Natural Smithsonian, disse à BBC que o aumento da pressão dentro de um "domo de lava" no interior do vulcão pode causar mais destruição.

"Este é o maior perigo no Merapi. Ele gera uma lava pegajosa que foram um domo. Em algum momento, há uma explosão que faz com que ele desmorone ou um simples aumento na quantidade de lava faz com que ele desmorone. E isso joga enormes blocos de lava solidificada em altas temperaturas montanha abaixo", explica o especialista.

Esse fenômeno é muito perigoso tanto por causa do calor gerado como pelos gases tóxicos que são emitidos.

Círculo de fogo

Na segunda-feira, especialistas que monitoram o vulcão elevaram o alerta para o Monte Merapi ao nível mais alto possível. Ele entrou em erupção pouco antes do anoitecer na terça-feira.

Desde então, mais de 600 terremotos vulcânicos foram registrados na montanha.

O vasto arquipélago indonésio fica no Círculo de Fogo do Pacífico, uma área onde há um grande número de terremotos e uma forte atividade vulcânica.

Os desastres naturais desta semana acontecem seis anos depois do violento tsunami de 2004, considerado uma das piores catástrofes dos tempos modernos, que deixou mais de 250 mil mortos em 13 países, incluindo Indonésia, Tailândia, Sri Lanka e Índia.

Em setembro de 2009, mais de mil pessoas foram mortas depois de um terremoto próximo a Sumatra.

Em 1930, uma erupção vulcânica no Monte Merapi destruiu 13 vilarejos, matando mais de mil pessoas.


Estadão - com informações da:



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