Primeiro sistema definitivo de produção instalado na área de Tupi.
Reprodução - Cerimônia do 1º óleo produzido pelo FPSO Cidade de Angra dos Reis na área de Tupi. |
A Petrobras comemorou nesta quinta-feira (28), com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a entrada em operação do navio-plataforma Cidade de Angra dos Reis, primeiro sistema definitivo de produção instalado na área de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos. A nova plataforma está conectada, inicialmente, ao poço RJS-660, que será testado tecnicamente até a Declaração de Comercialidade (DC) da jazida, prevista para o final de dezembro, quando estará concluída, também, a sua interligação a outros poços produtores e a área de Tupi entrará na fase de desenvolvimento da produção. Além do presidente da República, participaram da cerimônia o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, diretores da companhia e outras autoridades.
Durante a solenidade, Lula parabenizou o corpo técnico da Companhia e lembrou do momento em que recebeu a notícia da descoberta das reservas de Tupi, em 2006. " Quando o Gabrielli e diretor Estrella foram em minha sala em 2006, eu não tinha noção que seria tão rápida a exploração comercial do pré-sal".
O presidente da Petrobras também ressaltou em seu discurso a capacidade técnica da empresa e a velocidade de apenas quatro anos entre a descoberta e o projeto piloto de Tupi. " É extraordinária a capacidade que tivemos descobrir esses reservatórios em 2006 e eles estarem prontos, em 2010, para a produção. Trata-se de um sistema definitivo que levará ainda algum tempo para atingir o estágio comercial, e que representa a enorme capacidade de dedicação e competência da força de trabalho da Petrobras", disse.
Primeira unidade programada para produzir em escala comercial no pré-sal da Bacia de Santos, o Cidade de Angra dos Reis é uma plataforma do tipo FPSO (na sigla em inglês, unidade flutuante que produz, armazena e exporta óleo e gás). A unidade produzirá óleo leve de alto valor comercial e dará início ao sistema de produção definitivo de Tupi, que coletará informações técnicas fundamentais para o desenvolvimento das grandes acumulações de petróleo descobertas nos últimos anos naquela bacia sedimentar. A área de Tupi é operada pela Petrobras (65%) em parceria com as empresas BG Group (25%) e Galp Energia (10%).
O FPSO Cidade de Angra dos Reis está instalado em área próxima ao FPSO Cidade de São Vicente, que faz o Teste de Longa Duração de Tupi (TLD) desde maio do ano passado, e que já produziu cerca de sete milhões de barris de petróleo. O sistema-piloto, que iniciará atividades após a Declaração de Comercialidade, complementará os dados técnicos colhidos pelo TLD com informações críticas sobre o reservatório e a produção, indispensáveis à concepção das futuras unidades que irão operar no pré-sal. Ele contribuirá, também, para o aprimoramento dos projetos de construção de poços e dos sistemas submarinos de coleta da produção, assim como para a avaliação do desempenho de diferentes métodos de recuperação (extração de petróleo) do reservatório.
Declaração de Comercialidade
Com a conclusão do TLD e da perfuração de outros poços exploratórios, a Petrobras encaminhará à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o Relatório Final de Avaliação da área de Tupi, junto com a Declaração de Comercialidade da jazida.
Até o momento já foram perfurados nove poços, naquela acumulação, com resultados excelentes para a empresa. O nono poço exploratório, concluído na semana passada, confirma o alto potencial de óleo leve e gás natural recuperável daquela jazida, estimado pela empresa entre 5 e 8 bilhões de barris de óleo equivalente. Esse poço comprovou, também, que a acumulação de petróleo não só se estende até o extremo sul da área do Plano de Avaliação, como, também, que a espessura do reservatório com óleo chega a cerca de 128 metros, o que reduz as incertezas das estimativas de volume de hidrocarbonetos da área. Até o final de dezembro ainda serão perfurados dois novos poços.
Características técnicas
Reprodução - FPSO Cidade de Angra dos Reis |
O FPSO Cidade de Angra dos Reis, afretado da empresa Modec, está ancorado em profundidade de água de 2.149 metros e tem capacidade para produzir, por dia, até 100 mil barris de óleo e processar até cinco milhões de metros cúbicos de gás. No pico de produção, seis poços produtores de petróleo, um poço injetor de gás, um injetor de água e outro capaz de injetar água e gás alternadamente estarão conectados ao navio.
O óleo produzido será escoado por navios aliviadores para terminais instalados em terra. O gás será separado do óleo nas instalações do FPSO. Uma parte será aproveitada para geração de energia a bordo e o excedente terá dois destinos: poderá ser reinjetado no reservatório de petróleo no processo de produção ou exportado para terra por gasoduto que ligará o FPSO à plataforma de Mexilhão, que opera um campo de gás na mesma bacia em águas rasas. De Mexilhão, o gás será escoado para a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato, em construção na cidade de Caraguatatuba (SP). Ali ele será tratado antes de ser despachado para o mercado consumidor.
Informações gerais sobre as reservas do pré-sal
Volume recuperável pré-sal
As descobertas já realizadas ainda estão em fase de avaliação e não estão concluídos e aprovados os planos de desenvolvimento da produção. Portanto, não podemos falar em reservas provadas. Entretanto, os testes preliminares, realizados em quatro áreas do pré-sal (três na Bacia de Santos e uma na Bacia de Campos) permitiram prever volumes recuperáveis entre 10,6 bilhões e 16 bilhões de barris equivalentes - BOE (petróleo e gás), o que dobraria as reservas brasileiras de petróleo e gás que são de 15 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás). Este volume considera a estimava de 5 bilhões a 8 bilhões de barris equivalentes recuperável em Tupi (Bacia de Santos) entre 3 bilhões e 4 bilhões de barris em Iara (Bacia de Santos), 1,1 a 2 bilhões de barris de óleo recuperável em Guará (Bacia de Santos) e 1.5 a 2.5 bilhões no Parque das Baleias (Bacia de Campos, em frente ao Espírito Santo). Para o volume recuperável se transformar em reservas, será necessário terminar o processo de avaliação das descobertas e aprovado e aprovar, na ANP, o plano de desenvolvimento da produção.
Área de Iara
No dia 10 de setembro a Petrobras divulgou que o consórcio formado por ela, como operadora com 65%, BG Group (25%) e Galp Energia (10%), comprovou relevante descoberta de óleo leve nos reservatórios do pré-sal na área conhecida como Iara. A estimativa de volume recuperável é de 3 a 4 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural. Esta estimativa foi confirmada por teste a cabo e revelou a existência de petróleo leve, com densidade entre 26° e 30°API, numa área de cerca de 300 km2.
Área de Tupi
O conjunto de dados coletados, associados ao conhecimento já adquirido no pré-sal permitiu estimar o volume supracitado. Iara está localizado na área ao norte de Tupi, a cerca de 230 km do litoral da cidade do Rio de Janeiro, em lâmina d'água de 2.230 metros. A profundidade final atingida foi de 6.080 metros. A área conhecida como Tupi, também no Bloco BMS-11, resultou na descoberta anunciada em 11 de julho de 2006, com estimativa de volume recuperável entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo leve e gás natural, cujo Plano de Avaliação aprovado pela ANP encontra-se em execução. A seguir a relação dos blocos com participação da Petrobras (BR) no pré-sal da Bacia de Santos.
Parque das Baleias
Em novembro a Petrobras concluiu a perfuração de dois novos poços na seção pré-sal do litoral do Espírito Santo e comprovou expressiva descoberta de óleo leve (30 graus API) na área denominada Parque das Baleias, ao norte da Bacia de Campos. O volume recuperável das descobertas, feitas em reservatórios do pré-sal localizados abaixo dos campos de óleo pesado de Baleia Franca, Baleia Azul e Jubarte, é estimado entre 1,5 e 2 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Os poços 6-BFR-1-ESS e 6-BAZ-1DB-ESS foram perfurados a cerca de 80 quilômetros da costa e a cinco e seis quilômetros a norte e a sul, respectivamente, do poço descobridor 1-ESS- 103A, localizado na seção pré-sal abaixo do campo de óleo pesado de Jubarte, que já produz, com alta vazão, desde setembro deste ano.
Nesses dois poços os reservatórios foram descobertos sob uma camada de sal de até 700 metros e em lâminas d'água de 1.348 e 1.426 metros. Os reservatórios estão entre 4.200 e 4.800 metros de profundidade a partir do nível do mar e apresentam espessuras porosas com óleo de 190 e 300 metros, o que comprova o grande potencial das descobertas.
Até agora já foram perfurados seis poços na seção pré-sal do Espírito Santo, todos eles com sucesso. Com as novas descobertas, o volume total de óleo estimado na área do Parque das Baleias, incluídos os reservatórios localizados acima e abaixo da camada de sal, já chega a aproximadamente 3,5 bilhões de boe. Os excelentes resultados dessas duas perfurações, as ótimas respostas do Teste de Longa Duração (TLD) do poço pioneiro 1-ESS-103A e as facilidades logísticas já instaladas e em instalação na área levam a Petrobras a intensificar os estudos para acelerar a produção do pré-sal do Espírito Santo.
Reprodução - Cerimônia do Óleo no FPSO Cidade de Angra dos Reis, área de Tupi. |
Fonte: Agência Petrobras de Noticias
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