Goytacaz - Azulão da Rua do Gás ganha destaque na página do globo esporte

"Sou Goytacaz... Sou Goytacaz até morrer... nosso lema é vencer...vencer" - A alegria de ser alvi-anil, ganha destaque na história do esporte no Brasil. Eles estão sempre confiante. Os mais antigos lembram com nostalgia os tempos gloriosos em que o Estádio Ary de Oliveira e Souza vivia repleto de torcedores empurravam o Azul Celeste a vitória.

Mas agora não mais viveremos das reminicências do passado, e a alegria volta a reinar no campo de grandes conquistas. Eu me lembro de quantas vezes fui com meu pai aos jogos e muitos inesquecíveis. Que bom! Campos ganha e a formosa torcida do Goytacaz tem o imenso prazer. Desde já desejo uma longa jornada de sucesso aos jogadores que tem o privilégio de usar a consagrada camisa alvianil.

Por: Washington Luiz

Reprodução
Cahê Mota / Globoesporte.com
Ao Goytacaz  Futebol Clube - Homenagens, histórias, conquistas, tristezas, lágrimas e superação são  as marcas deixadas de geração a geração por sua  fiel torcida apaixonada. O Goyta ganha destaque nas páginas do Globo Esporte.
Reprodução ---- Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro, não tem no vermelho a cor da paixão. Lá, impera o azul. Mais precisamente na Rua do Gás, 351. No endereço, está localizado o estádio Ary de Oliveira e Souza. Matriz de uma “religião” baseada na devoção, apesar dos quase 20 anos de sofrimento. E onde sazonalmente fanáticos, que se multiplicam em meio à dor, comparecem vestidos com a cor do céu para torcer e rezar pelo ressurgimento do Goytacaz Futebol Clube.

Com história quase centenária – 98 anos -, o “Goyta” há muito tempo não tem do que se orgulhar pelo que realiza dentro de campo. Responsável pela revelação de um jogador como Amarildo, o Possesso - craque que brilhou no Botafogo e na Europa e foi substituto de Pelé na Seleção Brasileira no título do bicampeonato mundial de 1962, com direito a dois gols na decisão -, e com participações na Série A do Brasileirão, o clube agoniza há 18 anos fora da elite do futebol estadual e viveu em 2010 o seu pior capítulo, caindo pela primeira vez para a Terceira Divisão. O longo período no purgatório, no entanto, não diminuiu em nada o fanatismo do torcedor, capaz de ter média de público de dois mil pagantes em jogos da Segunda Divisão e que carrega consigo uma lenda de ser a quinta maior do Rio de Janeiro.

Torcida e história do Goytacaz



O Goytacaz é como Flamengo, Corinthians, Vasco... Quanto mais sofre, cresce mais. O sofrimento faz o amor renascer. Às vezes, na felicidade esse sentimento foge, não na dor. E vamos seguir lutando bravamente, sem se afastar do clube, para voltarmos à Primeira Divisão – disse Carlos Augusto Rangel, o “Pisa na Barata”, de 63 anos, 52 deles dentro do “Aryzão”.

Como se não bastasse acentuada decadência da equipe azul, o Americano, maior rival do clube, ocupou por muito tempo o posto de “maior dos pequenos”, com boas campanhas nos estaduais e títulos das taças Guanabara e Rio de 2002. Nada, porém, que tirasse o bom humor ou abalasse o fanatismo dos alvi-anis. Se o adversário tinha resultados, o Goyta era quem monopolizava as atenções na cidade e via sua torcida crescer. Um alento para os apaixonados.

- Isso tudo já começa pelas cores. É só ver o azul e branco, que é a cor do céu, e o preto e branco, que é cor de defunto. Essa já é a primeira diferença no amor que temos pelo Goytacaz. Hoje em dia não tem criança que é Americano, todo mundo é Goyta. Estamos sofrendo ao longo dos anos com péssimas administrações, mas confiamos na volta por cima – provocou Pisa na Barata.

O torcedor folclórico foi além e lançou um desafio para os aficionados do Americano.

"Com o Goytacaz na Terceira Divisão, estamos vendo aqui o estádio com mais de 1.500 torcedores pela Copa Rio. Ano que vem, na estreia do Americano na Primeira Divisão, se passar de 100 presentes eu pago um carro Okm"Pisa na Barata, torcedor folclórico- Com o Goytacaz na Terceira Divisão, estamos vendo aqui o estádio com mais de 1.500 torcedores pela Copa Rio. Ano que vem, na estreia do Americano na Primeira Divisão, se passar de 100 presentes eu pago um carro 0km."
A Copa Rio, por sinal, tem servido como a corda para alçar o clube do fundo do poço no qual se estabeleceu após o rebaixamento para a Terceira Divisão. Afogado em dívidas, vítima de greve de jogadores por falta de pagamento e sem perspectivas que gerassem qualquer entusiasmo, o clube está sob nova gerência desde o aniversário de 98 anos, no último dia 20 de agosto.

Torcedores fanáticos, o empresário José Luiz Dutra e o médico Marcelo Ramalho assumiram como presidente e vice, respectivamente, com um planejamento pautado na união com o maior, e talvez único, bem da entidade: o torcedor. A aposta para trazê-los de volta? Justamente a competição estadual. E a estratégia tem dado certo.

Com uma equipe remodelada e pautada em jogadores da região Norte Fluminense, o Goytacaz lidera o Grupo E das semifinais. Se chegar à decisão, já estará garantido ou na Série D do Brasileirão ou na Copa do Brasil.

- A Copa Rio foi a forma que encontramos para levantar a cabeça da nossa torcida. Era preciso manter a chama acesa – afirmou Marcelo Ramalho.


Fanatismo marcado na pele e com 'passa-fora' em treinador


Bastaram os resultados positivos, por menores que sejam, surgirem em campo para o “Aryzão” voltar a encher. Na vitória por 2 a 1 contra o Bangu, no último dia 16, mais de 1.500 torcedores pagaram para entrar no estádio. Entre eles, Sebastião Júnior, de 42 anos. Sentado em frente à torcida organizada que fundou, ele em nada lembrava os grandalhões que comandam gritos ofensivos em estádios Brasil afora. Era o retrato da aflição. Diante do campo esburacado e cheio de areia, sofria a cada ataque, a cada lance. Postura condizente ao fanatismo que o fez tatuar o distintivo do Goyta no braço.

     Reprodução:
Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com
- A paixão é inexplicável. A maior prova disso é essa tatuagem no meu braço. Fico triste pelo clube estar na Terceira Divisão, mas tenho alegria por ter certeza de que a torcida nunca vai abandonar o clube. O estádio está sempre cheio, seja o dia que for. Somos fiéis ao Goytacaz.


Fiéis e abusados, diga-se de passagem. Se em clubes como Flamengo e Corinthians manifestações de torcedores são comuns diante de crises, no Goyta a interferência da torcida chegou ao extremo de exigir a demissão de um treinador em 2008. Com campanha oscilante na Segundona, Eugênio Carlos não agradou e teve sua saída cobrada... e aceita pela diretoria.


- Alguns técnicos e jogadores já tiveram que esperar mais de duas horas após as partidas para saírem do estádio ou até do campo. Isso acontece, sim. A torcida do Goytacaz cobra. Quem vier para cá tem que saber disso. Se tiver que botar para fora, botamos mesmo – revelou Sebastião.


Revelado pelo Americano, Rondinelli se derrete pelo Goyta

Imune a esse tipo de manifestação, o meio-campo Rondinelli tem sido a figura principal desta equipe que pode levar o clube de volta ao cenário nacional. Ex-lateral de Cruzeiro, Sport, Goiás, Fortaleza e revelado pelo Americano, ele já decidiu muitas partidas com o chute potente de perna esquerda, mas não esconde a frustração de não ter conseguido corresponder com o acesso à Primeira Divisão a paixão do torcedor, que ele considera inexplicável.

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Cahê Mota / Globoesporte.com


- Eu não consigo explicar. É difícil. Todo mundo só fala bem dessa torcida, que mesmo diante dos problemas enche o estádio. Às vezes é quarta-feira à tarde e tem 3 mil torcedores, mesmo com o Goytacaz há 18 anos na Segunda Divisão e agora na Terceira. É complicado até falar. Essa é minha quarta passagem pelo clube e sempre batalhei para dar uma alegria para essa torcida, que merece muito.

Com conhecimento de causa, Rondinelli se coloca até mesmo no meio da rivalidade entre Goytacaz e Americano para decretar:

- Comecei a carreira no Americano, só tenho a agradecer ao clube, de lá saí para grandes equipes do futebol nacional, mas para falar de torcedor não tem como esconder. Já joguei para 8 mil torcedores em uma Segunda Divisão pelo Goytacaz. É diferente. Comparece mais.


O acesso tão sonhado por Rondinelli e pelos torcedores, no entanto, foi conquistado em 2006. Só não foi validado. Com o aumento dos clubes no Carioca de 2007, quatro novos participantes deveriam ser determinados a partir de uma seletiva no segundo semestre. A presença da Portuguesa, que tinha sido rebaixada no mesmo ano, porém, anulou a competição. Quarto colocado, o Goyta não levou o acesso, mas chamou atenção mais uma vez por sua torcida justamente na partida que o colocaria na elite.



'Invasão Azul'


- No último jogo, contra a Portuguesa, mais de 1.500 pessoas saíram de Campos, em inúmeros ônibus, e invadiram a Ilha do Governador. Do time deles devia ter, no máximo, 300 pessoas. O resto era nosso. Uma pena que não valeu – recordou o Pedrinho Goyta-Fla, torcedor fanático do Alvi-Anil e do Rubro-Negro, mas que faz questão de afirmar – Se eles se enfrentarem, eu sou azul!

Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com
Em Campos não há pesquisas que comprovem a preferência dos torcedores. A diretoria do Goytacaz, no entanto, aponta mais de 60% da população de 650 mil habitantes como apaixonados pelo clube. Entretanto, o que mais chama a atenção nos jogos no Ary de Oliveira e Souza é a presença de jovens, que sequer viram o clube na elite e se dizem apaixonados. Como David Andretti, de 19 anos - praticamente o período em que o time ficou fora da Primeira Divisão -, criador da torcida Jovem-Goyta.

- Venho ao estádio com meu pai desde que nasci e fiz essa opção. Não foi por influência de ninguém. Vamos continuar lutando. Mesmo com o time mal, não vamos desacreditar. Todo mundo passa por baixo, e nossa hora vai chegar. Ainda realizo meu sonho de ver o time na Primeira Divisão.

Longe dos holofotes há décadas, o Goytacaz já disputou por três oportunidades a Série A do Brasileirão, em 1977, 1978 e 1979. Em nível nacional, a última boa campanha foi na Série B de 1985, quando foi vice-campeão, o que não garantia o acesso na época. Já na elite do Estado do Rio de Janeiro, após a fusão com o Estado da Guanabara, em 1975, foram 12 participações em 16 possíveis até o fulminante rebaixamento em 1992.

Abel Braga e Amarildo: carinho e boas lembranças


Reprodução - Site oficial do Goyta
Figuras marcantes de uma época em que o clube chamava a atenção não somente pela paixão do torcedor, Amarildo, bicampeão mundial em 1962 pela Seleção e com passagens por Botafogo, Flamengo, Vasco, Milan, Fiorentina e Roma, e Abel Braga, ex-zagueiro e técnico que, entre outras conquistas, foi campeão do mundo com o Inter, em 2006, nutrem carinho pelo “Azulão da Rua do Gás”.

Direto de Abu Dabhi, nos Emirados Árabes, onde comanda o Al-Jazira, Abelão lembrou a passagem pelo clube, onde encerrou a carreira, entre 1984 e 1985.

- Tenho um carinho enorme pelo Goytacaz, pois foi meu último clube como jogador. Além disso, o treinador era o Pinheiro, justamente com quem eu havia começado a carreira. Isso facilitou muito na minha chegada. Gostei muito de morar em Campos, que é uma cidade bastante acolhedora. Sempre acompanhei as notícias sobre o clube. A torcida já era presente e incentivava bastante na minha época, mas não tão fanática.

Campista, Amarildo tem os laços ainda mais estreitos com o Goyta. Antes mesmo de sonhar em ser campeão do mundo com a Seleção Brasileira, o “Aryzão” abrigou os primeiros capítulos de sua história com o futebol. Algo que mesmo com o passar das décadas não sai da memória.

- Na minha época, o campo também ficava sempre superlotado. Nos acostumamos a enfrentar os grandes clubes do Rio e, antes mesmo de jogar, eu tinha o hábito de pular o muro para ver jogos de Flamengo, Botafogo, Vasco e Fluminense. Tenho até uma cicatriz no meu pé dessa época (risos).

Aos 70 anos, Amarildo vive no Rio de Janeiro, mas, a distância, sofre com a situação atual do clube que o fez “nascer para o mundo”, como ele mesmo gosta de falar. Emocionado, o “Possesso” clamou por uma volta por cima e se colocou à disposição para ajudar.

- É lamentável ver o Goytacaz como está. Alguém em Campos tem o dever de olhar pelo clube, que é o mais tradicional da cidade. De lá saíram grandes jogadores para o exterior e para clubes importantes do Brasil. Mas, infelizmente, está desaparecendo lentamente. É um pecado. É preciso fazer alguma coisa, nem que seja a prefeitura. Precisamos levantar o Goyta. Respeito o Americano e o Rio Branco, mas o Goytacaz é o Goytacaz. É quem tem a tradição. Fico triste porque nasci ali. Quando alguém chegar lá para tomar alguma atitude verdadeira, estarei pronto para ajudar.

E assim, com a esperança pautada na paixão de seus torcedores e em busca de uma corda que o puxe para fora do “poço” da Terceira Divisão, o Goytacaz, que lidera o Grupo E da Copa Rio, com 10 pontos, encara o Friburguense, dia 3 de novembro, em Friburgo, precisando de uma vitória simples para dar o primeiro passo para ressurgr no cenário nacional.

Será uma forma ao menos de retribuir com resultados uma torcida que leva ao pé da letra a estrofe de seu hino, que diz: ‘Na vitória ou na derrota, na alegria ou no amargor, sou Goytacaz, sim, senhor. Sou Goytacaz por amor.”

  Reprodução:
 Foto: Carlos Grevi / Jornal O Diário


Edição e comentários: Washington Luiz
Fonte: Site do GloboEsporte.Globo



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Comentários

  1. Oi,galera do GOYTA,vamos trabalhar pra levantar esse clube maravilhoso e leva-lo a elite o mas rapido possivel,essa torçida mereçe....
    Sou vascaino,mas louco pra ver um outro time(pequeno),do rio fazer média com os pequenos de são paulo,como portuguesa,guaraní e a ponte preta e hoje só o GOYTA,tem torçida pra isso,por que o america,bangu,olaria e o volta redonda juntos não leva o numero de torçida que o GOYTA,leva...Força GOYTA,alo politicos e autoridades de campos,vamos fazer a sua parti.O GOYTA,é um patrimonia daí msm...Estou apaixonado pelo GOYTA,meu segundo time aqui no rio,o primeiro é vasco...Leonardo klem de marica...

    ResponderExcluir
  2. Tenho saudades do tempo em que tinha que ir para o ARIZÃO as 2 da tarde pra ver jogo do GOYTÃO, pois era certo a dificuldade para encontra um lugar bom na arquibancada, sou GOYTACAZ e me emociono quando lembro dos grandes momento que este clube já viveu na eleite do futebol Carioca.
    Hoje morando em São Paulo, não deixo de acompanhar tudo sobre este time que é a Paixão de Campos.
    Penso que um dia ainda vai se levantar alguém como aconteceu com o querido Amaro Gimenes que fez do GOYTACAZ um time a se temer, quando qualquer grande do rio vinha a campos.

    Tenho saudades....
    Osnivaldo Barreto Xavier

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