Refinaria pioneira do Brasil completa 60 anos

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, na comemoração dos 60 anos da Refinaria Landulpho Alves - (RLAM)

Agência Petrobras - Nesta quarta-feira (29) a Petrobras comemorou o sexagésimo aniversário da Refinaria Landulpho Alves (RLAM), primeira unidade de refino do Brasil. Durante a cerimônia, que homenageou o primeiro funcionário da refinaria, Antônio Celestino dos Santos, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, falou sobre o pioneirismo da RLAM, construída três anos antes da Petrobras. “A RLAM pode ser considerada uma espécie de irmã mais velha da Petrobras. Foi a primeira grande refinaria construída no Brasil e começou a operar três anos antes da criação da Petrobras, que completará 57 anos no próximo domingo.”, disse o Presidente, lembrando que a data (3 de outubro) é a mesma de aniversário do presidente da Petrobras.

Após parabenizar o empregado aposentado, Antônio Celestino, o presidente da Petrobras abordou o impacto histórico da refinaria no desenvolvimento da economia regional. Gabrielli falou sobre a revolução que a refinaria provocou no estado da Bahia na década de 50. “Quando foi criada a refinaria processava 2, 5 mil barris e o Brasil produzia algo próximo de 2 mil barris. Essa refinaria provocou uma revolução na Baia de Todos os Santos, toda indústria que cresceu na Bahia foi influenciada pela unidade”, observou.

Gabrielli abordou ainda o potencial de crescimento da RLAM e sua importância no refino nacional, por meio das obras de modernização da refinaria, que atualmente empregam 8.500 pessoas. “As obras na refinaria visam não mais aumentar a produção, mas melhorar a qualidade do produto final, diminuindo a quantidade de enxofre nos combustíveis”, ressaltou.

Em constante modernização, a RLAM se prepara para colocar em operação novas unidades industriais que vão produzir combustíveis menos poluentes a partir de 2011. Com estes investimentos, a Petrobras trabalha para adequar a unidade às novas exigências da Agência Nacional de Petróleo (ANP) em relação ao teor de enxofre da gasolina e do diesel. "Vamos retirar de 70 a 90% do teor de enxofre dos combustíveis", disse o gerente geral da RLAM, Cláudio Pimentel, durante entrevista coletiva, no dia anterior ao evento.

Atualmente a refinaria representa 25% de arrecadação de ICMS do estado da Bahia. De acordo com o gerente geral da RLAM, Cláudio Pimentel, a tendência é de aumento nessa arrecadação diante de um mercado aquecido. "A demanda nessa região está crescendo de 14 a 15% em relação ao ano passado, mostrando um grande vigor do mercado", informou Pimentel.

A RLAM é a segunda maior refinaria da Companhia em capacidade e complexidade, com potencial para processar até 323 mil barris de petróleo diários. A refinaria iniciou sua operação com uma capacidade de processamento de 2,5 mil barris por dia, e nesses 60 anos, aumentou 130 vezes esse volume.

Em suas instalações funciona a maior unidade de craqueamento catalítico (fracionamento do petróleo com o uso de catalisadores) de resíduos da América Latina, a U-39. Além disso, a refinaria conta com uma fábrica de asfalto, parques de armazenamento para petróleo e derivados, estações de carregamento rodoviário, uma estação de medição para produtos acabados, uma central termelétrica, uma estação de tratamentos de efluentes industriais e um sistema de tratamento de águas.

Diariamente, a unidade coloca no mercado dezenas de derivados, incluindo gasolina, diesel, GLP (gás de cozinha), nafta, óleos lubrificantes, parafinas, n-parafinas, solventes e querosene de aviação. Os produtos abastecem principalmente os estados da Bahia e Sergipe, mas são também enviados para clientes do sul e sudeste do país, além de exportados para países como Estados Unidos e Argentina.

Responsabilidade Social e Ambiental

A RLAM apresenta índices de segurança compatíveis com os de refinarias de padrão internacional, contando com modernos equipamentos de segurança e treinamentos contínuos de seus empregados para atuar no combate a emergências.

Para proteger a Baía de Todos os Santos, dispõe de um Sistema de Tratamento de Efluentes Líquidos e, desde 2004, opera um Sistema de Resfriamento à Base de Água Doce, ambos com o objetivo de evitar a contaminação do mar por derivados de petróleo. A unidade investe no gerenciamento e disposição dos resíduos sólidos e no controle das suas emissões gasosas, além de monitoramento e educação ambiental e recuperação de áreas degradadas.

A refinaria patrocina projetos sociais voltados para as comunidades vizinhas às suas instalações, como o Programa de Criança, que oferece educação complementar a meninos e meninas de São Francisco do Conde e Madre de Deus, e o Jovem Aprendiz, voltado para a qualificação profissional de jovens carentes.

Uma refinaria pioneira

A Refinaria Landulpho Alves começou a ser construída ainda no fim dos anos 40, antes mesmo da criação da Petrobras. Na época, o debate sobre o melhor modelo para exploração, produção e refino do petróleo no país mobilizava a atenção da opinião pública. Com o crescimento da produção de óleo no município de Candeias, na Bahia, o Conselho Nacional do Petróleo (CNP), um órgão federal, decidiu investir na região. O local escolhido foi o terreno da antiga fazenda Porto Barreto, em Mataripe, às margens da Baía de Todos os Santos. Trabalharam no empreendimento pioneiro profissionais de todo o Brasil e também do exterior: Estados Unidos, Inglaterra, França, Alemanha, Polônia e Itália. Em 17 de setembro de 1950 a unidade começou a operar, com capacidade instalada de 2,5 mil barris por dia. Sua implantação marcou o início de um novo ciclo de desenvolvimento para a Bahia e para o Brasil.


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