UFRJ pretende oferecer cotas somente para alunos de escolas públicas estaduais
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Para ampliar o acesso de estudantes de baixa renda ao ensino superior, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) avalia hoje (19) a proposta de excluir das recém-criadas ações afirmativas para ingresso na instituição estudantes de colégios federais, universitários, militares e de aplicação, mantendo as cotas somente para alunos de escolas públicas estaduais.
Com grandes chances de aprovação, a proposta é da reitoria e foi encaminhada na última segunda-feira (16) para o Conselho Universitário (Consuni). Na reunião da semana passada, questões específicas, como o percentual de vagas para as cotas e as ações de assistência estudantil para permanência dos estudantes, não obtiveram consenso e voltam a ser discutidas.
Dessa vez, a reitoria sugere que 20% do total das vagas de cada curso sejam preenchidas por candidatos selecionados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e que tenham cursado integralmente o ensino médio na rede pública. Do restante, 40% seriam preenchidas por meio do vestibular tradicional e 40% por estudantes aprovados pelo Sisu. A UFRJ oferece 8 mil vagas anualmente.
Com essa medida, a reitoria põe fim à discussão das cotas sociais, que selecionariam estudantes com base na renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. Na proposta original, 10% das vagas seriam distribuídos a candidatos oriundos de escolas públicas com esse perfil. O restante seria dividido entre candidatos aprovados pelo Sisu e pelo vestibular tradicional.
"Prevaleceu a ideia de que era mais importante demonstrar a necessidade de requalificação do ensino público na rede estadual ao mesmo tempo em que se atende, indiretamente, o estudante de baixa renda", explicou o representante da reitoria, Carlos Levi, sobre a nova proposta.
Embora concorde com a exclusão dos colégios federais, universitários, militares e de aplicação das ações afirmativas, o professor Marcelo Paixão, integrante do Conselho Universitário, avalia que 20% de cotas não mudam o perfil da universidade. Atualmente, dos cerca de 40 mil alunos da UFRJ, 68% são provenientes da rede privada e 32% da rede pública.
"A proposta da reitoria traz um avanço para os cursos mais prestigiados, mas, mesmo nesses cursos, a diferença atual para o quadro que a reitoria propõe é muito baixo", disse Paixão.
Na reunião, Marcelo Paixão apresentará a proposta de destinar 25% das vagas para o sistema de cotas raciais e 25% para estudantes com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo. A ideia tem apoio de parte da comunidade acadêmica.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), que conta com representantes no Consuni, também avalia que o percentual de 20% é "muito modesto". Mesmo assim, pondera que nos cursos mais concorridos, como direito e medicina, a cota provocará uma "revolução".
"Alguns cursos já têm percentual superior a esse, mas há outros, mais elitizados, nos quais as cotas fariam a diferença. Apesar disso, o ideal seria 50% das vagas gerais para cotas", afirmou o coordenador de Cultura do DCE, Kenzo Soares.
Outra proposta que será apresentada hoje é a da Comissão de Acesso do Conselho de Ensino e Graduação. A representante Ana Maria Ribeiro defende que as cotas devem ser de 10% do total de vagas para estudantes aprovados por meio do Sisu, mas com recorte de renda.
Agência Brasil
Com grandes chances de aprovação, a proposta é da reitoria e foi encaminhada na última segunda-feira (16) para o Conselho Universitário (Consuni). Na reunião da semana passada, questões específicas, como o percentual de vagas para as cotas e as ações de assistência estudantil para permanência dos estudantes, não obtiveram consenso e voltam a ser discutidas.
Dessa vez, a reitoria sugere que 20% do total das vagas de cada curso sejam preenchidas por candidatos selecionados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e que tenham cursado integralmente o ensino médio na rede pública. Do restante, 40% seriam preenchidas por meio do vestibular tradicional e 40% por estudantes aprovados pelo Sisu. A UFRJ oferece 8 mil vagas anualmente.
Com essa medida, a reitoria põe fim à discussão das cotas sociais, que selecionariam estudantes com base na renda familiar per capita de até um salário mínimo e meio. Na proposta original, 10% das vagas seriam distribuídos a candidatos oriundos de escolas públicas com esse perfil. O restante seria dividido entre candidatos aprovados pelo Sisu e pelo vestibular tradicional.
"Prevaleceu a ideia de que era mais importante demonstrar a necessidade de requalificação do ensino público na rede estadual ao mesmo tempo em que se atende, indiretamente, o estudante de baixa renda", explicou o representante da reitoria, Carlos Levi, sobre a nova proposta.
Embora concorde com a exclusão dos colégios federais, universitários, militares e de aplicação das ações afirmativas, o professor Marcelo Paixão, integrante do Conselho Universitário, avalia que 20% de cotas não mudam o perfil da universidade. Atualmente, dos cerca de 40 mil alunos da UFRJ, 68% são provenientes da rede privada e 32% da rede pública.
"A proposta da reitoria traz um avanço para os cursos mais prestigiados, mas, mesmo nesses cursos, a diferença atual para o quadro que a reitoria propõe é muito baixo", disse Paixão.
Na reunião, Marcelo Paixão apresentará a proposta de destinar 25% das vagas para o sistema de cotas raciais e 25% para estudantes com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo. A ideia tem apoio de parte da comunidade acadêmica.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE), que conta com representantes no Consuni, também avalia que o percentual de 20% é "muito modesto". Mesmo assim, pondera que nos cursos mais concorridos, como direito e medicina, a cota provocará uma "revolução".
"Alguns cursos já têm percentual superior a esse, mas há outros, mais elitizados, nos quais as cotas fariam a diferença. Apesar disso, o ideal seria 50% das vagas gerais para cotas", afirmou o coordenador de Cultura do DCE, Kenzo Soares.
Outra proposta que será apresentada hoje é a da Comissão de Acesso do Conselho de Ensino e Graduação. A representante Ana Maria Ribeiro defende que as cotas devem ser de 10% do total de vagas para estudantes aprovados por meio do Sisu, mas com recorte de renda.
Agência Brasil
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