Copa de 2014 - Construção e reformas de estádios é prioridade para Fifa

Brasil - O principal investimento que o país precisa fazer para receber uma Copa do Mundo é a reforma ou construção dos estádios, para que fiquem de acordo com as exigências de conforto e segurança da Federação Internacional de Futebol (Fifa). É também uma oportunidade para modernizar os equipamentos esportivos.

A França, por exemplo, não tinha um local com capacidade para 80 mil pessoas. O urbanista brasileiro Iuli Nascimento, que mora em Paris há 30 anos, explicou que a solução para a Copa de 98 foi construir o Estádio da França, na periferia de Paris.

“Quando a Fifa aceitou que a França organizasse a Copa do Mundo, o país teria que construir um estádio com capacidade para 80 mil pessoas, não só para a Copa, mas também para rúgbi, espetáculos, grandes manifestações”. Ele lembrou que o sistema foi feito por concessão, porque o Estado não tinha condições de financiar a operação. Uma convenção foi feita com empresas privadas para a construção do estádio.

A secretária-geral para Grandes Eventos Esportivos da França, Thérèse Salvador, explicou que foi escolhido um local de fácil acesso, a dez quilômetros de Paris. Moderno, o Estádio da França mudou a região de Saint Dennis e abriga vários eventos, além de jogos da Seleção Francesa de Futebol e outras competições esportivas, como a Copa do Mundo de Rúgbi, realizada em 2007.

“Muita coisa mudou, pois o estádio fica dentro da cidade. Isso permite à população chegar ao local a pé. O Estádio da França não é reservado apenas para eventos esportivos, ele também recebe shows, óperas e está sempre cheio”, disse.

O mesmo ocorre em Marselha, outra cidade francesa sede da Copa de 98 e do Mundial de Rúgbi. O líder da maioria no Conselho Municipal, Yves Moraine, lembrou que o Estádio Velódromo pertence a um dos principais times de futebol da França e também recebe outros eventos. “Para a população, o Vélodromo é o estádio do Olympique de Marseille, clube de futebol da primeira divisão francesa, mas também serve para outras atividades. Também abriga grandes shows. Definitivamente, é um estádio que serve para o futebol, mas não apenas para isso”.

Na Alemanha, que recebeu a Copa em 2006, foram gastos 2 bilhões de euros (R$ 4,44 bilhões) na reforma dos estádios. O tesoureiro da Federação Alemã de Futebol, Horst Schmidt, explicou que o planejamento financeiro precisa continuar depois da Copa, para que o estádio continue sendo utilizado.

“A manutenção de um estádio depende de como se utiliza. Nós tivemos a sorte, aqui na Alemanha, de que todos os estádios são utilizados para os jogos da primeira e da segunda liga. Com isso, há uma renda regular pela qual se mantém uma instituição dessa grandeza. O pior que pode vir a acontecer em um investimento desse é construir uma grande arena que, no fim, não se utiliza para nada”.

O jornalista esportivo Thomas Kilchenstein, de Frankfurt, lembrou que além dos estádios, também foram construídas novas estradas e edifícios-garagens. Como o investimento foi muito alto, o estádio precisa ser usado de várias formas para dar retorno financeiro.

O responsável pelo Departamento de Esportes no Senado alemão, Jorg Fisher, disse que em Berlim, o Olympiastadion, que foi construído para os Jogos Olímpicos de 1936, foi totalmente reformado e modernizado para receber a Copa. “Somente a reconstrução do Estádio Olímpico custou 42 milhões de euros (R$ 93,4 milhões), pois a parte interna foi totalmente demolida e reconstruída. Apenas a fachada não mudou. Algumas medidas foram temporárias, mas a grande parte, principalmente na área de esporte, ficou e beneficia a população”.

Na África do Sul, cinco estádios foram reformados e cinco construídos. O menor deles, o Royal Bafokeng, em Rustenburg, tem capacidade para 42 mil pessoas. O maior, o Soccer City, em Joanesburgo, pode receber até 95 mil pessoas.

De acordo com o Ministério do Esporte, o Brasil vai investir R$ 5,6 bilhões na reforma dos 12 estádios das cidades-sede da Copa. Desse total, R$ 3,7 bilhões virão de financiamento federal e R$ 2,1 bilhões de recursos locais ou privados.

Agência Brasil

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