Operação Bruno já gastou cerca de 30 mil de combustível

Estado de Minas - Em 30 dias, o inquérito que coloca sob pressão a cúpula da Polícia Civil no estado já acumula pilhas de papéis, quase 8 mil quilômetros percorridos por viaturas apenas para o transporte de presos, consumo de quase R$ 30 mil entre combustível e hospedagens de agentes, sem contar incontáveis diligências e perícias. Mas, se uma ponta do custo da “Operação Bruno” começa a aparecer para o contribuinte, o mesmo não se pode dizer das provas mais concretas de um mistério cujo esclarecimento é cobrado até no Palácio Tiradentes, onde o governador Antonio Anastasia admite que só se dará por satisfeito quando o inquérito “estiver pronto e bem feito”.

Na ânsia de encontrar pistas para desvendar o desaparecimento da ex-namorada do jogador, policiais civis, militares e bombeiros se uniram em mutirões que vasculharam imóveis, matas e até uma lagoa em cinco municípios da Grande Belo Horizonte: Esmeraldas, Ribeirão das Neves, Vespasiano, Contagem e Betim. A polícia garante que o atleta será indiciado como mandante de um homicídio que os investigadores dão como certo, mas cuja prova mais importante ainda não apareceu: o corpo.

Em busca da evidência com que sonham os policiais e que levaria o caso a um desfecho inevitável, comboios de viaturas tornaram-se frequentes pelas ruas de Belo Horizonte. Somados os deslocamentos de carros policiais usados na diligência feita no Rio de Janeiro e no transporte, na região metropolitana, das pessoas que tiveram a prisão decretada pela Justiça – Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão (Macarrão); Marcos Aparecido dos Santos (Bola); Dayanne Rodrigues; Flávio Caetano Araújo; Wemerson Marques (Coxinha); e Elenilson Vitor da Silva –, sem contar o adolescente J., de 17, primo do goleiro, apreendido na capital fluminense, chega-se à incrível marca de mais de 7,8 mil quilômetros rodados. As idas e vindas com os detidos representam quilometragem equivalente à de toda a costa brasileira, do Rio Grande do Sul ao Amapá. Seria suficiente, ainda, para fazer de carro, ida e volta, o trajeto entre BH e Manaus.

A conta é simples: duas viaturas da Polícia Civil mineira foram para o Rio em 6 de julho, quando o menor J. foi apreendido na casa de Bruno, no Recreio do Bandeirantes, e retornaram para Belo Horizonte dois dias depois. Somado, o deslocamento duplo totaliza 1,7 mil quilômetros. De 8 a 22 de julho, o vai e vem de camburões carregando os presos, sendo o trecho mais longo entre a Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e o Departamento de Investigações de Homicídios e Proteção à Pessoa (DIHPP), no Bairro Lagoinha, Região Noroeste de BH – de 37 quilômetros –, resultou em 1.224 quilômetros percorridos pelos comboios.

Segundo uma fonte do Comando de Operações Especiais (Cope), braço da Subsecretaria de Estado de Administração Penitenciária responsável pelo transporte e escolta de presos em operações de alta complexidade, os comboios são formados por no mínimo cinco viaturas. Portanto, chega-se à marca de 6,1 mil quilômetros rodados apenas na região metropolitana apenas com os presos, sem contar os deslocamentos para um sem-número de diligências.

Confira o vai e vem dos presos no Caso Bruno

Cada Blazer usada no transporte dos detentos consome em média um litro de gasolina a cada cinco quilômetros, o que totaliza 1.560 litros do combustível, a um custo estimado de R$ 3.744 (R$ 2,40 o litro). E, por falar em gastos, a despesa operacional com o avião Bandeirante da Polícia Civil, que foi ao Rio buscar Bruno e Macarrão, gira em torno de R$ 17.500, segundo uma empresa de táxi aéreo. Pelo menos mais R$ 6.900 foram usados para pagar duas diárias para cada um dos 15 servidores públicos – delegadas, agentes, assessora, piloto e copiloto – que viajaram para a capital fluminense. O valor médio da diária em um hotel três estrelas na Barra da Tijuca é R$ 230.


Com informações são do site Pernanbuco.com

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