Falta de cadeirinhas no comércio faz Denatran adiar o prazo de fiscalização

O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) adiou para 1º de setembro o início da fiscalização do uso de cadeirinhas de segurança para crianças com menos de 7 anos e meio de idade. A medida deveria valer a partir de hoje (8), mas o Denatran constatou que muitos motoristas não estavam conseguindo encontrar o produto no mercado.

Segundo o diretor do órgão, Alfredo Peres da Silva, faltam equipamentos de segurança no Distrito Federal e nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e da Bahia. “Esperamos que até a nova data a indústria consiga abastecer o mercado. O problema é que houve um aumento muito grande na procura a partir da veiculação das campanhas educativas”, disse.

A gerente de uma loja de artigos para bebês em Brasília, Andrea Almeida, confirma que a busca por cadeirinhas aumentou consideravelmente no último mês. “A divulgação não foi antecipada, então os pais chegaram todos de uma vez e o estoque não foi suficiente. Vendemos 15 cadeirinhas em três dias”.

Segundo a gerente, há lista de espera na loja. O pedido da cadeirinha demora cerca de um mês para ser atendido, mas são os assentos de elevação, usados por crianças com idades entre 4 e 7 anos e meio, que têm preocupado pais e lojistas. “É o item mais procurado e, no entanto, um fabricante diz que só pode entregar a partir de julho e outro, a partir de setembro”, afirma.

Teresinha Contin, supervisora de marketing de uma das maiores fabricantes do país, localizada no interior de São Paulo, informou que a empresa contratou 200 funcionários, aumentou turnos e equipamentos e dobrou a produção em 2010 para se preparar para a nova lei. “Estamos nos preparando há dois anos, mas está impossível abastecer o país todo. Se a população tivesse comprado durante o ano todo não faria esta falta”. A gerente também não sabe se o novo prazo, até setembro, será suficiente para reabastecer as lojas. “É difícil dizer porque não temos estimativas de quantas crianças precisam usar a cadeirinha”, disse.

O único equipamento que ainda pode ser encontrado com facilidade é o bebê-conforto, para crianças de até 1 ano de idade. A partir de 7 anos e meio, a criança já pode usar o cinto de segurança do automóvel. Mas até completar 10 anos, deve viajar sempre no banco de trás.

Nas lojas de Brasília, o bebê-conforto é vendido a partir de R$ 220, a cadeirinha a partir de R$ 270 e os assentos de elevação, quando encontrados, têm preços a partir de R$ 100. Até setembro, os agentes estaduais de trânsito e as polícias militares devem montar barreiras educativas para reforçar as campanhas de conscientização dos motoristas que ainda transportam crianças sem os equipamentos de segurança.

A partir de setembro, quem for flagrado descumprindo a norma será multado em R$ 191,54, terá sete pontos anotados na carteira de habilitação e ainda terá o veículo apreendido. A lei vale apenas para veículos de passeio. Segundo Alfredo Peres, as cadeirinhas reduzem em 70% o risco de morte em acidentes.

Agência Brasil

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