A Realidade da Juventude Brasileira


O Instituto de Pesquisa Aplicada (Ipea) realizou uma pesquisa denominada “Juventude e Políticas Sociais no Brasil”. Ela aponta um problema antigo, mas que ainda faz parte do cotidiano dessa população. Milhares de jovens continuam perdendo a vida por causas externas- homicídios e acidentes de trânsito.

Segundo o órgão, entre 2003 e 2005, a taxa de mortalidade média de jovens de 20 a 24 anos foi de 261,8 por cada 100 mil habitantes no caso dos homens. Para as mulheres, o mesmo índice foi de 58,4 por 100 mil habitantes. E a explicação para tal fenômeno está na violência, que ocasiona uma sobremortalidade dos adolescentes e adultos jovens do sexo masculino, fazendo que este período seja considerado de alto risco. As estatísticas apontam a morte de cerca de 60 mil jovens do sexo masculino por ano, já entre o sexo feminino esse índice é de 15 mil mortes anuais, sendo 35% delas associadas a causas externas.

O problema está na falta de políticas preventivas que se foquem nos jovens. Pois as políticas públicas estão mais focadas na repressão e não na prevenção. Dessa forma mesmo que o governo se esforce, ainda ficamos longe da realidade, tendo em vista que nem mesmo a escola atende os interesses dos jovens. Ao contrário ela o expulsa, segundo Miriam Abromavay, socióloga e especialista em juventude.

Outro fator que potencializa a violência e o número de mortes entre esse público é o fácil acesso às armas. “Apesar de toda a regulamentação, esse ainda é um drama na sociedade. Em tese eles não poderiam ter acesso às armas, mas quando você escuta o testemunho deles, vê que é fácil. Custa um pouco mais caro, mas eles continuam tendo acesso”, conta Miriam.

A cor ou raça também influencia nas chances de o jovem morrer precocemente. Entre 2003 e 2005, a taxa de mortalidade da população entre 18 e 24 anos foi de 204,5 para cada 100 mil jovens brancos contra 325 para cada 100 mil jovens pretos.

Edição: Washington Luiz / Fonte: ABr.

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