Dengue causa problemas neurológicos


Bom dia! Aos amigos e amigas leitores. Continuaremos a falar sobre Dengue e sua evolução nos últimos anos. Durante a epidemia de 2002, muitos pacientes não diagnosticados com a doença deram entrada em hospitais da rede pública com quadros neurológicos. Segundo a neurologista Marzia Puccioni-Sohler, não se tratava de coincidência. Como mostrou na pesquisa que coordena na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a presença do vírus da dengue pode desencadear doenças neurológicas como a encefalite, a meningite ou a síndrome de Guillain-Barré.

Para confirmar e também compreender melhor a associação entre a infecção pelo vírus da dengue e as manifestações neurológicas, o estudo pesquisou a produção de anticorpos contra o vírus no sistema nervoso. Essa confirmação não apenas facilita o diagnóstico precoce das doenças associadas à dengue, como permite que se trace um tratamento mais eficaz.

Entre os casos de dengue provocados pelos vírus da dengue (dos tipos 2 e 3), de 1% a 5% evoluem para doenças neurológicas. Isso tanto pode acontecer pela atuação direta do vírus sobre o sistema nervoso, provocando inflamações – como no caso da mielite e da encefalite –, quanto pelo desenvolvimento de doenças neurológicas devido a uma reação imunológica, cujos sintomas costumam surgir cerca de um mês depois da contaminação pelo vírus.

No Rio de Janeiro, isso é preocupante. O estado é uma área endêmica, com alta incidência de dengue. Por isso, sugerimos que, em situações de epidemia, os casos de mielite, encefalite e síndrome de Guillain-Barré sejam investigados. Isso pode ser feito com pesquisa de anticorpos IgM ou procurando detectar a presença de vírus no líquido cefalorraquiano ou no sangue desses pacientes - aponta a neurologista.

A equipe coordenada por Marzia analisou amostras de 10 pacientes com sorologia positiva para dengue – entre eles, casos com sintomas neurológicos de encefalite, mielite, neuromielite óptica e síndrome de Guillain-Barré. Durante a pesquisa, foi possível observar a existência de síntese de anticorpos antidengue no líquido cefalorraquiano de pacientes com mielite.

A pesquisa é parte do projeto Implantação da rede de biologia molecular no SUS, coordenado por José Mauro Peralta, do Instituto de Microbiologia da UFRJ (apoio FAPERJ, em parceria com MS – Programa PPSUS), e também contou com a participação do microbiologista Mauro Jorge Cabral Castro, do biólogo Luis Cláudio Faria e das neurologistas Cristiane Soares e Regina Alvarenga.

Isso só mostra que estamos numa guerra entre o mosquito e o homem, e embora seja fácil derrotá-lo, pois basta eliminarmos os focos onde essa praga se desenvolve, ele conta com muitos aliados e por isso vem ganhando força a cada ano.

Edição e comentários: Washington Luiz / Fonte: FAPERJ

Comentários

  1. Meu pai ja teve dengue, e agora ele esta com uma mancha no tronco encefalico que ainda não conseguimos descobrir o que é.
    Gostaria de saber se pode estar associada com a dengue.

    ResponderExcluir
  2. bom o sus ainda não emite um diagnostico de dengue que tenha como consequencia problemas neurológicos, tive todos os sintomas passei por 3 clinicos gerais, 4 ortopedistas, e nenhum deles deu o diagnostico certo ou encaminhou para um exame mais detalhado, somente pelo particular pode ser ter um diagnostico certo, ainda estou em tratamento já se passaram 2 meses, meus joelhos doem muito, o tratamento até o momento e apenas fisioterapia, gostaria de saber se tem algum medicamento que possa ajudar a diminuir ou curar esses sintomas neurológicos?

    ResponderExcluir
  3. Amiga Renata, obrigado por sua visita ao nosso blog, estamos sempre procurando uma forma através de reportagens sérias de ajudar o leitor. Entretanto apesar de conhecer o medicamento, é preciso que você busque esse recurso com profissional da área, visto que cada organismo recebe a medicação de uma forma, sendo necessário um amplo conhecimento das reações adversas do mesmo. No entanto posso lhe garantir que existe medicamento certo para aliviar seus sintomas.

    obrigado!

    ResponderExcluir
  4. meu esposo teve dengue neurologica em 2005,e não voltou a andar,na epoca os medicos não tratarão e o quadro de dengue evoluiu e ele perdeu os movimentos dos menbros inferiores,só descobrimos que era dengue depois de seis meses,mmesmo dando plaquetas baixa os medicos não sabião o que era;hoje ele faz tratamento no hospital sarah

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Não divulgamos links.Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do Momento Verdadeiro.

Postagens mais visitadas deste blog

Meu treino longão de 11,72 km: superação, foco e ritmo consistente

Conquistei a medalha virtual dos 30 km do mês no Adidas Running