TRAGÉDIA DO VOO 447 - RESUMO DO DIA

As frustrantes buscas por destroços do Airbus da Air France se complicou ainda mais nesta sexta-feira, devido às fortes chuvas e correntes marinhas no meio do Oceano Atlântico.



E o grupo de parentes que foram levados nesta sexta-feira, 5, do Rio a Recife pela Aeronáutica, para acompanhar as buscas, voltou frustrado. Newton Marinho, irmão do mecânico de plataforma de petróleo Nelson Marinho, disse que se sentiu em um teatro. "Fiquei frustrado. Para ver o que vi lá, teria ficado aqui", afirmou. Marinho contou que, ao chegar na base aérea de Recife, por volta das 11h30, o grupo de dez pessoas ouviu explicações de oficiais da Marinha e da Aeronáutica sobre todos os procedimentos adotados nas buscas. A "palestra" durou cerca de uma hora. Logo depois, embarcaram no avião da Força Aérea Brasileira (FAB) e retornaram ao Rio. O grupo chegou ao hotel na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, onde os parentes estão hospedados, antes das 17 horas. Marinho elogiou o trabalho de busca feito pelo governo brasileiro, mas disse que tinha esperanças de ver parte dos destroços encontrados no mar. Para ele, a ida a Recife "mostrou a realidade", querendo dizer que não há mais esperanças de encontrar pessoas vivas.
Os parentes criticaram as informações, depois desmentidas, do Ministério da Defesa, de que havia destroços do avião próximos às ilhas São Pedro e São Paulo. "Isso causa uma diminuição da expectativa de encontrar vida e aumenta a indignação. Foi dito que os destroços seriam do avião, o que gerou uma comoção naqueles que pensavam ainda haver possibilidade de encontrar pessoas vivas ou pelo menos restos da aeronave que esclareceriam o motivo da queda. De repente, veio um banho de água fria", disse Maartem Van Sluys, gerente de hotel, irmão da jornalista Adriana Francisca, que também estava no voo.
Maartem tem sido alvo de críticas de parte dos parentes das vítimas. Marco Túlio Marques disse que por pouco não houve uma briga na sala onde ocorrem as reuniões reservadas, no hotel. O advogado afirmou que muitos parentes estão exaltados com Maarten, por, segundo ele, se apresentar como representante das vítimas.

A situação real até o momento é essa:


O ministro da Defesa, Nelson Jobim, declarou nesta sexta-feira, 5, que parte dos destroços encontrados pelas embarcações da Marinha do Brasil são mesmo do avião da Air France que caiu no Oceano Atlântico. Ele chegou a São Borja nesta manhã para vistoriar a Operação Fronteira Sul, que se desenvolve no município, sob a coordenação do Comando Militar do Sul. Jobim comentou que parte do material localizado é lixo descartado por navios e outra parte é formada por pedaços da aeronave francesa. "Fizemos em Fernando de Noronha um ponto de apoio, onde já está um container frigorífico, para o caso de ser localizado algum corpo", comentou.
A Aeronáutica informou na última quinta que as peças encontradas a cerca de 700 quilômetros de Fernando de Noronha não eram da aeronave. De acordo com o brigadeiro Ramon Borges Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo da Aeronáutica, o pallet (espécie de porta bagagem) içado pela Marinha é feito de madeira. As duas bóias que a Aeronáutica chegou a afirmar que haviam sido resgatadas, na realidade, sequer chegaram a ser levadas a bordo.

Fonte: Estadão

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