Para viúva de Ustra, Bolsonaro pode prestar homenagem a quem ele quiser.
O discurso do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) durante a votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados é um assunto bastante comentado esta semana. O parlamentar acabou se envolvendo numa grande polêmica depois de elogiar o coronel Ustra, ex-comandante do Doi-Codi de São Paulo, no plenário. Antes de votar, Bolsonaro disse: “...contra o comunismo, pela nossa liberdade, contra o Foro de São Paulo, pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff, pelo exército de Caxias, pelas Forças Armadas, o meu voto é sim.”
Bolsonaro está correndo o risco de perder seu mandato. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) disse que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal para cassar o mandato do deputado (aqui). Outro órgão que vai investigar a conduta do deputado é a Procuradoria-Geral da República (aqui).
Ontem, dia 21 de abril, o Instituto Vladimir Herzog pediu para que os deputados federais expulsem Jair Bolsonaro. “Aos deputados federais – todos eles, de todos os partidos, seja qual for o lado em que estiveram na votação do último domingo – incumbe expulsar de seu convívio, imediatamente, uma figura abjeta como essa, que faz a apologia do crime covarde que é a tortura”.
Bolsonaro pode prestar homenagem a quem ele quiser.
Bolsonaro prestou homenagem ao coronel Ustra | Foto: Facebook/Reprodução |
Em recente entrevista à BBC, a viúva do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, Maria Joseíta Silva Brilhante Ustra, disse que ficou profundamente emocionada com o voto de Bolsonaro. “Acredito que Bolsonaro tem o direito de prestar homenagem a quem ele quiser porque outros deputados homenagearam terroristas, como Marighella e Lamarca ... Se eles têm esse direito, por que o deputado Bolsonaro não tem?”
Por Washington Luiz.
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