Parcelamento de salários provoca protestos no Rio Grande do Sul.

O governo do Rio Grande do Sul resolveu parcelar os salários dos funcionários. A medida provocou uma crise entre os servidores. Associações que representam policiais e bombeiros do estado chegaram a recomendar que a população não saia de casa, conforme noticiou o 'Jornal Nacional'. 

De acordo com informações do telejornal da Globo, houve manifestações na madrugada deste sábado (1) em pelo menos quatro rodovias gaúchas. Em Santana do Livramento, um boneco vestido com a farda dos bombeiros ficou pendurado no viaduto, enquanto pneus pegavam fogo no asfalto. Os autores do protesto não foram identificados e, segundo testemunhas, chegaram ao local vestindo toucas para esconder o rosto.


Este tipo de ação se intensificou depois que o governo confirmou o parcelamento dos salários dos servidores do Executivo gaúcho.

Parcelamento.
Reprodução/Jornal Nacional/TV Globo.
Na sexta-feira (31), entraram na conta até R$ 2.150, o que representa o salário integral para mais da metade do funcionalismo. Para quem ganha mais, uma segunda parcela de R$ 1 mil vai ser depositada até o dia 13. O restante, até o dia 25 de agosto

A reação dos funcionários públicos foi imediata. Em nota, entidades ligadas aos policiais militares e aos bombeiros orientaram a população a não sair de casa na segunda-feira (3). Policiais civis e militares e os bombeiros avisaram que não vão sair dos quartéis e delegacias. Só as ocorrências urgentes serão atendidas.

“Não cumprir mandado de prisão, não realizar diligência, salvo aquelas absolutamente necessárias”, diz Wilson Müller, presidente da Associação dos Delegados de Polícia.

“Trabalhou 30 dias e na hora de receber não tem. Não tem como explicar para a família. Isso é revoltante”, afirma Leonel Lucas, presidente da Associação de Cabos e Soldados.
  
Segurança Pública.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado declarou que confia que as policiais vão manter o atendimento adequado à população.


O governo gaúcho afirmou que fez de tudo para evitar o parcelamento, que cortou gastos e enxugou a máquina pública e que, mesmo assim, todo o mês faltam R$ 450 milhões para fechar as contas.

O governo reconhece que deveria priorizar a folha, mas diz que, se não pagar a dívida com a União – de R$ 280 milhões por mês –, os repasses do governo federal poderão ser cortados.

“Procuramos entender e buscamos a compreensão do colega servidor público porque sabemos que ele está em dificuldades. Mas ninguém gostaria de dar uma notícia ou impingir ao trabalhador público do estado do Rio Grande do Sul esse tipo de realidade. E isso chegou num momento limite, absolutamente ao fundo do poço, onde definitivamente nós não temos mais recursos e condições para manter essa estrutura de estado que aí está e que seguramente a nossa economia não tem condições de fazer frente e pagar em dia”, diz Giovani Feltes, secretário estadual de Fazenda.

Até sexta-feira (7), o governo gaúcho promete enviar à Assembleia Legislativa um pacote de ajuste nas contas.

Fonte: Jornal Nacional.

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