'Gladiadores do Altar' recebem treinamento militar dentro da IURD.

Não é de hoje que a Igreja Universal do Reino de Deus se destaca por realizar dentro de seus templos um trabalho inusitado. Muitos que vão pela primeira vez a igreja fundada pelo bispo Edir Macedo ficam surpresos e assustados.


Na Universal há prática de vários rituais para 'ajudar' o fiel em vários aspectos da vida: financeira,  amor, libertação, que é bem semelhante ao espiritismo, todavia o que mais chama a atenção nos cultos, embora cabe ressaltar que ninguém seja obrigado a dar, é a maneira do pastor pedir ofertas. Muitas vezes os valores são estipulados: R$100 mil, 50 mil, 30 mil... foi assim que a igreja construiu seu império. Depois de comprar a Record, o bispo Macedo já realizou outro sonho. Ele construiu o "Templo de Salomão"

Mas o assunto envolvendo a IURD que ganhou a atenção da imprensa recentemente são os "Gladiadores do Altar", um grupo de evangelização que já reúne dezenas de adeptos no Rio de Janeiro. "Homens de até 26 anos marchando fardados, calçados de coturnos e com cabelos batidos, no estilo militar, batem continência para um líder. Esta cena não se passa em um dos quartéis do Exército Brasileiro. Mas dentro de templos da Igreja Universal do Reino de Deus,"  informa o jornal O Dia.

De acordo com a reportagem, unidades da IURD em bairros como Recreio e Tijuca ostentam imagens dos cultos em suas páginas na internet. Numa delas, homens perfilados exibem camisetas com a sigla “C.A.” transfixada por uma espada, símbolo de luta do grupo na Catedral Mundial da Fé, em Del Castilho. 

Polêmica.


Em montagens compartilhadas e comentadas por ‘gladiadores’, mensagens religiosas são entremeadas por imagens de guerra e disparos de armas de fogo. A prática provocou crítica de líderes de outras correntes evangélicas. Embora reitere o respeito pela Igreja Universal do Reino de Deus, o pastor Fábio Inácio, da Igreja Cristã Contemporânea, acredita que continências ao altar e a um líder religioso podem desvirtuar o propósito religioso. “Acaba havendo uma distorção.” 

Os vídeos do movimento — que já tomou conta de várias cidades do Brasil e encontram ramificações em templos de países como Argentina e Colômbia — têm sido compartilhados aos milhares nas redes sociais e alimentado a pergunta: “Afinal, contra o que marcha este exército?” A indagação, feita em uma rede social pelo deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) após ver imagens de um evento do grupo, gerou nota de repúdio por parte da Universal. 

O deputado Jean Wyllys cobra explicações quanto à criação do movimento que pretende formar novos pastores. “O militarismo se constitui na presença de um inimigo. Afinal, quem é esse inimigo? Será que a prática atenta contra a diversidade sexual e religiosa?”, questiona o parlamentar.

Outro lado.

A Universal informou que o projeto conta hoje com 4.300 participantes em todo país. De acordo com uma nota, “os eventos estimulam o debate e a reflexão sobre aspectos do texto bíblico.” Além disso, segundo a assessoria da Universal, em sua maioria, os jovens são pessoas que tentam retribuir a ajuda que receberam em momentos de dificuldades. No entanto, não foi informado o motivo da exclusão de alguns vídeos ou a necessidade da vestimenta alusiva ao militarismo. 

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As imagens difundidas nas redes sociais, de acordo com a Igreja Universal, fizeram parte de uma série de apresentações da corrente religiosa em algumas capitais brasileiras. As marchas de grupos entoando frases de efeito teriam sido realizadas em diversos eventos, com coreografia ensaiada para marcar festivamente essas ocasiões. 

Os integrantes da igreja, ainda segundo seus representantes, foram apresentados diante de milhares de pessoas. Muitas delas eram parentes e amigos dos jovens. Fundado em janeiro, o projeto Gladiadores do Altar estaria ligado à Força Jovem Nacional. No entanto, a Universal nega estar formando um exército fundamentalista. Apesar do gestual feito pelos jovens em vídeos divulgados na internet, que lembram saudações nazistas, a direção da igreja também desmentiu qualquer alusão à práticas armadas e extremistas.

A origem da polêmica, ainda de acordo com a Igreja Universal, estaria na “má fé de jornalistas e praticantes de outras religiões”, que teriam aumentado a polêmica e replicado as imagens na internet com diversos comentários sobre as cenas.

Com informações do jornal 'O Dia'.

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