Renúncia de Graça Foster é considerada pelo NYT um ponto baixo para Dilma.
"A investigação do esquema [na Petrobras] já envolveu prisões de altos executivos em algumas das maiores empresas de construção do Brasil, um desenvolvimento muito incomum em um país onde figuras empresariais poderosas raramente passam um tempo na cadeia", publicou o jornal.
Para o New York Times, o momento reflete um ponto baixo na trajetória de Dilma Rousseff, com integrantes do PT dizendo que a presidente demorou demais para fazer as mudanças na petroleira, após uma "amarga eleição" em 2014. Já o jornal francês "Le Monde" afirma que os problemas da Petrobras podem ameaçar a economia de todo o Brasil, ressaltando o peso da estatal entre as maiores empresas do país e do mundo.
Segundo o Le Monde, os analistas mais otimistas afirmam que a estatal é "grande demais para falir" ("Too big to fail"), enquanto outros apontam o risco de um desmantelamento ou de uma privatização parcial.
A revista "The Economist" e o "Financial Times" ressaltaram a dificuldade em escolher o sucessor de Graça Foster. "Seu sucessor vai encontrar um mar de dificuldades", afirma a revista. "Atacar os problemas requer extremo talento. Mesmo assim, a tarefa mais importante para o novo chefe da Petrobras é resistir à interferência do Estado".
A SEC (Securities Exchange Comission), órgão regulatório do mercado financeiro nos Estados Unidos, está investigando os casos de corrupção na Petrobras. Além de também evocar os tempos difíceis da Petrobras, o "El País" foi mais generoso e fez um perfil da ex-presidente da estatal. "Sua infância foi dura: a mudança de Minas Gerais ao Rio de Janeiro aos dois anos, violência familiar, o crescimento em uma complicada favela no norte do Rio de Janeiro, onde recolhia papelão e latas para ajudar na economia de casa. Estudou engenharia química em Niterói e, mal terminou, foi estagiária na Petrobras. Seu forte temperamento conquistou o respeito dos colegas".
Após uma trajetória de mais de três décadas trabalhando para a Petrobras, Graça Foster se retira em meio a Operação Lava Jato, desvalorização das ações e imagem abalada da estatal.