Todos contra Fla-Flu, clima de guerra marca início do Campeonato Carioca.

O Campeonato Carioca é um dos estaduais mais importantes do país, e já começa sob um clima de guerra. De um lado, Flamengo, Fluminense e Consórcio Maracanã. Do outro, Ferj, os clubes pequenos, Botafogo e Vasco, do sempre polêmico Eurico Miranda. O motivo do embate? O tabelamento dos preços dos ingressos. Com discussões ásperas, ameaças de processos, notas oficiais e um racha entre as duas partes, o Carioca terá início com jogos pouco atrativos, sem empolgar os torcedores e sem o Maracanã. As partidas começam neste sábado.

A concessionária Consórcio Maracanã considera que terá prejuízo se forem cobrados os valores dos bilhetes definidos no Conselho Arbitral da Ferj e deu a entender que pode não sediar partidas da competição. Na primeira rodada, já não haverá jogos no Templo do Futebol. Pior para Flamengo e Fluminense, que pode ter seus planos de sócio-torcedores prejudicados pelos ingressos baratos.

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O Conselho Arbitral da Ferj estabeleceu teto de R$ 100 para ingressos nos clássicos disputados no Maracanã, mas também instituiu a "meia-entrada universal", o que na prática fará com que os bilhetes sejam comercializados no máximo por até R$ 50. O valor cai 20% para jogos envolvendo grandes e pequenos, e o preço não poderá ultrapassar R$ 40 no ingresso inteiro para jogos realizados às 22 horas. A medida não se aplica a camarotes e setores vips. 

A tabela impacta diretamente Flamengo e Fluminense, que possuem contratos com o Consórcio Maracanã para exploração do estádio. Em função disso, a própria concessionária entrou na briga para derrubar a exigência, justamente num período em que tenta junto ao governo do Estado renegociar o acordo de concessão. Rubro-negros e tricolores uniram-se no embate contra a Ferj e seus defensores e até divulgaram uma nota oficial dizendo que estudam arquitetar uma Liga de Clubes Cariocas. Apesar disso, vão disputar o Estadual sob protesto. Os demais 14 clubes da primeira divisão responderam também em nota que "trata-se de evidente caso de alucinação moral".

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Enquanto os bastidores pegam fogo, o mesmo não se pode dizer dentro de campo. Dos quatro grandes, o único que parece viver um momento positivo é o Flamengo. Com uma política de recuperação das finanças e abatimento da dívida - que caiu de mais de R$ 700 milhões para quase R$ 300 milhões nos últimos anos -, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, aos poucos, coloca o time nos eixos. Fato que torna o Rubro-negro, o atual campeão, no principal favorito.

Os três rivais terão de comer muita grama para evitarem o bi carioca do Fla. Vasco e Botafogo, afundados em dívidas, montaram times modestos. O Fogão, aliás, corre o risco de ficar o segundo ano seguido sem sequer ir às semifinais. Já o Flu é uma incógnita, já que perdeu várias peças com o rompimento do patrocínio da Unimed. 

Entre os pequenos é quase impossível imaginar uma surpresa. Primeiro, porque o maior tempo de pré-temporada, aumenta as chances dos grandes. Segundo, porque os grandes não disputarão a Libertadores e, portanto, estarão focados exclusivamente no Estadual. Dos clubes menores, quem mais tem chance de surpreender é Macaé, que vem motivado de um acesso na Série C. Tradicionais como Bangu, Madureira e Volta Redonda devem ser meros coadjuvantes.

   

Fonte: Futebol Interior

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