Comandante do Batalhão de Choque é exonerado após denúncia de incitação à violência.

Rio de Janeiro - O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, exonerou o comandante do Batalhão de Choque, da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) depois de uma denúncia publicada pela revista Veja. A reportagem mostrou supostas trocas de mensagens de conotação nazista entre o coronel Fabio de Souza de Almeida e policiais. 

Nas conversas, o coronel estaria incitando a violência contra manifestantes durantes os protestos em 2013. "O coronel Fábio, como é chamado, é o protagonista de milhares de mensagens trocadas entre oficiais da PM num grupo que se comunicava via WhatsApp entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014. Reunidas em 230 páginas de um inquérito da Corregedoria-Geral da PM, elas mostram o tenente-coronel revelando clara admiração pela filosofia do nazismo e deixando nítido que, para ele, o caminho era a agressão pura e simples. Numa das mensagens, quando um major sugere aos colegas o uso de uma técnica de imobilização com um bastão chamado Tonfa, ele reage: “Mata! Assim imobiliza para sempre”. E continua: “Tonfa é o c....! 7.62 (um tipo de fuzil) mata eles tudo”. Em outro trecho, confessa: “Na última manifestação que fui dei de AM640 inferno azul nas costas de um black bobo, no máximo 30 metros!!! Que orgulho!”. O AM640 é um lançador de bomba de gás não letal que, acionado a curta distância, pode até matar. Quando um colega observa “Coronel Fábio pela instauração do Reich”, ele retruca: Isso", diz um trecho da reportagem de Veja. 

"Fiquei horrorizado com o que consta nas conversas. Ele foi afastado do cargo hoje", afirmou Beltrame.

O secretário José Mariano Beltrame afirmou que o conteúdo das conversas de Whatsapp será analisado. Segundo ele, as mais de 230 folhas de diálogos só foram incluídas num Inquérito Policial Militar (IPM) no último mês de novembro. A investigação interna da Corregedoria apura o atentado (14 tiros) cometido contra a casa do coronel Márcio Rocha. O caso aconteceu em 12 de Janeiro de 2014, três dias depois de vários oficiais ligados a Fabio (e que participam das conversas) serem afastados do Batalhão de Choque

Coronel Fábio é um dos homens de confiança do novo comandante-geral da PMERJ, coronel Alberto Pinheiro Neto. Tanto que, na semana passada, ele foi promovido ao posto de coronel, o maior da carreira na PM. Mas a crise na instituição  logo nos primeiros dias de 2015 fez com que a cerimônia de posse, nesta segunda, fosse a portas fechadas. Pinheiro Neto – que estava na reserva desde outubro de 2013 -  assumiu o cargo sem festa. O coronel íbis Silva, que ocupava a função desde novembro, ocupará o posto de chefe de gabinete.

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(Momento Verdadeiro com informações da revista Veja).
   

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