Amigo de brasileiro fuzilado na Indonésia lamenta: 'Salvou a minha vida'.


Indonésia - Amigo de longa data de Marco Archer, o fotógrafo Mauro Nascimento não tinha palavras para descrever a sua dor pela morte do instrutor de voo livre. Consciente da gravidade do crime cometido pelo carioca, o amigo não escondia, por outro lado, sua revolta pela pena, segundo ele, exagerada imposta ao brasileiro, informou o jornal O Dia.

Segundo a reportagem, o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi executado ontem pela polícia da Indonésia. A informação foi confirmada à 0h30 local (16h30 de Brasília) pelo porta-voz da Procuradoria-Geral do país, Tony Spontana. Preso desde 2004 por tráfico de drogas, o carioca havia sido condenado à morte no mesmo ano. Além de Marco, primeiro brasileiro a ser executado no exterior, mais cinco pessoas também foram mortas no país asiático ontem pelo mesmo crime. O corpo de Archer será cremado e transportado para o Brasil nos próximos dias. Outro brasileiro, Rodrigo Gularte, 42, também está no corredor da morte na Indonésia por tráfico.
A execução de Archer ocorreu às 15h31 de Brasília, na ilha de Nusa Kambangan. O carioca, junto com outros quatro condenados, foi levado para o local, que abriga uma prisão de segurança máxima, na última quarta-feira e passou a receber apoio psicológico e religioso antes do fuzilamento. 

Em entrevista ao jornal local ‘Jakarta Post’, ontem, o clérigo Hasan Makarim, que esteve com o brasileiro, garantiu que ele e os demais condenados demonstravam aceitar seu destino. “Nenhum deles protestou contra a execução. Todos disseram que vão acatar as leis do país”, disse ele. Tia de Marco, Maria de Lourdes Archer Pinto permaneceu ao lado do brasileiro até horas antes da execução. Ela, que visitava o sobrinho regularmente, levou cartas de familiares e bacalhau, último pedido do condenado. Também estavam presentes no encontro o advogado de Archer e funcionários da embaixada brasileira. 

Segundo informações do ‘Jakarta Post’, parentes e visitantes foram retirados da ilha por volta das 21h de sexta-feira (13h no Brasil). Ao todo, 48 homens das forças especiais da polícia indonésia participaram dos fuzilamentos de Marco Archer, Daniel Enemuo, da Nigéria, Ang Kiem Soei, da Holanda, Rani Andriani, da Indonésia, e Namaona Denis, do Malawi. O vietnamita Tran Thi Bich Hanh foi executado em um outro local. 

Marco Archer foi preso em 2004 ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta. A Indonésia é um dos países com legislação anti-drogas mais severa do mundo. No poder desde outubro, o presidente Widodo foi eleito após campanha em que prometeu tolerância zero com traficantes.
   
Fonte: O DIA

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