Aguinaldo Silva fala da troca de atrizes e desabafa: "Chorei".
Em um texto publicado em seu site, neste sábado, 6, Aguinaldo disse ter ficado 30 horas sem dormir. Mas o escritor conseguiu chegar a uma solução, e para isso Aguinaldo Silva chamou de volta a trama a sua golden girl, Marjorie Estiano, para reviver a jovem Cora, papel que foi de Marjorie na primeira fase da novela.
"Como já disse a vocês, nos últimos dois dias fiquei 30 horas a rever e reescrever capítulos de “Império”, sem dormir, apenas com direito a breves paradas para comer, ir ao banheiro, ou para me entregar a raros momentos de devaneio e delírio nos quais me apareciam criaturas sombrias, mas famintas de sexo. Como diria Téo Pereira: curuzes! Mas às 16h desta sexta-feira afinal consegui resolver todos os problemas pendentes, esquecer os futuros e – enfim! – resolvi tirar um cochilo.
Fui para o meu quarto, fechei as cortinas, liguei meu aparelho de ar condicionado que ronrona feito um gato angorá, deitei sob o edredon de plumas de ganso… Mas quem disse que dormi? Não por causa da obra que transformou num caos o meu apê aqui em Petrópolis, não… O sr. Daniel e seu filho Aécio, enquanto quebravam tudo e faziam todo tipo de ruído, me trataram como se eu fosse a mais rara das jóias e me ofereceram mimos do tipo mamão colhido no quintal, sem agrotóxico, e uma broa de fubá daquelas que mal a gente acaba de comer e já engordou dois quilos.
Não consegui dormir foi de cansaço… E das caraminholas que – embora o ato de pensar na resolução de tantos problemas já tivesse ficado para trás – ainda me fervilhavam. Levantei da cama e fui fazer meu jantar, pois, como vocês sabem, há 50 anos o fogão é meu confidente único e também meu psicanalista. Caprichei nas costeletas de porco defumadas, nas batatinhas coradas e no arroz negro, abri uma bela garrafa de um tinto siciliano cujas vinhas foram regadas com o sangue de gerações de mafiosos… E, depois de três dias degustando barrinhas energizantes, que horror! Comi feito um ogro.
Aí já era hora da novela, que, como vocês sabem, eu vejo “ao vivo” quer dizer, na hora em que ela vai ao ar – se alguém me convidar pra jantar fora neste horário saco do meu revólver e saio atirando. O capítulo era pra mim especialíssimo, pois era o da véspera em que Cora reaparece e Cora, bem…Sigamos adiante.
Acompanhei o capítulo com extrema unção, e no final, quando o Abominável Homem de Preto se fragiliza e chora – e diz: “acabou, Isis. Acabou!” – eu deixei que as minhas torneiras se abrissem por si mesmas e chorei muito mais que ele. Chorei por ter sabido ser cruel e inflexível na hora exata como devem ser os líderes, chorei por ocupar essa difícil posição à frente de um grupo de 300 pessoas e assim não poder pensar em apenas uma delas, chorei pela minha querida Drica Moraes (que os anjos a tragam logo de volta), chorei por Marjorie Estiano, minha golden girl, que, convocada nas primeiras horas da manhã de quinta-feira, não se assustou nem se fez de rogada, nem sequer murmurou um “ahn” ou um “uhn” e apenas disse: “me manda os capítulos!”
Chorei, sim, “como ninguém jamais chorou assim” (diria Cauby Peixoto); voltei pra cama sem parar de chorar… Até que ergui o punho e, com ele cerrado, como uma Scarlet O’Hara rediviva e tardia fiz minha jura: “Vou fazer este Titanic chegar a Nova Iorque, sim… nem que eu me phoda!” E desmaiei, e mergulhei nas profundezas do sono.", postou o escritor.
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Eeeeeee!!!!!!!
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