Eduardo Campos: de colaborador a critico do PT.


Eleições 2014 - Após entrevistar Aécio Neves (aqui), Eduardo Campos foi o próximo entrevistado pelo Jornal Nacional, da TV Globo. O candidato do PSB à Presidência da República foi entrevistado nesta terça-feira ,12,  na bancada do JN, por William Bonner e Patrícia Poeta. Nesta quarta, 13, a entrevistada será com a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à reeleição Dilma Rousseff.

Entre os temas escolhidos pelos apresentadores do Jornal Nacional, Eduardo Campos, que tem Marina Silva como vice, falou sobre Educação, Economia e alfinetou o PT. 

Depois de falar sobre seus projetos, o candidato do PSB teve que falar sobre indicações de parentes dele ao serviço público. Bonner perguntou: O senhor se articulou com o ex-presidente Lula e com partidos políticos para eleger a sua mãe, a então deputada federal Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União. O senhor considera isso ético? Não foi uma forma de nepotismo? "Veja, Bonner, se a nomeação fosse minha, se dependesse da minha nomeação enquanto governador, seria nepotismo, e eu quero te dizer que eu fui o primeiro governador a fazer a lei do nepotismo no estado de Pernambuco. Ela, Ana, era funcionária pública de carreira por concurso da Justiça, elegeu-se deputada por duas vezes, com votações crescentes, fez mandatos respeitáveis. A Câmara foi chamada a eleger um parlamentar para uma vaga no Tribunal de Contas, ela se candidatou, outros deputados se candidataram, como o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo. Ela disputou uma eleição com vários deputados, ela foi a única mulher que ganhou no voto, com a votação muito grande, e foi ser ministra e tem feito um trabalho como ministra do Tribunal de Contas que todos reconhecem como trabalho digno, sério".

Bonner insistiu: Certo, mas o que eu estou colocando em questão não são os méritos da sua mãe, não se trata disso, a questão é: o senhor ter usado o seu prestígio, o seu poder para se empenhar pessoalmente num trabalho de catequese, numa campanha para que um parente seu ocupasse um cargo público e vitalício. O senhor acha que isso foi um bom exemplo para o país? "Olha, na hora que ela saiu candidata com apoio do meu partido, se fosse uma outra pessoa, eu teria apoiado. Por que eu não apoiaria ela que tinha todos os predicados, tanto é que pode registrar a sua candidatura, pode fazer a disputa. Eu nem votei, Bonner, porque eu não era deputado. Eu, simplesmente, torci na hora em que ela se candidatou para que ela ganhasse e ela tem feito um trabalho no Tribunal de Contas que tem o reconhecimento, inclusive, do corpo técnico do Tribunal".

Patrícia Poeta também indagou o candidato sobre sua boa relação com o PT: Ainda sobre coerência. O senhor e o seu partido foram colaboradores próximos do então presidente Lula. O senhor, inclusive, foi ministro em 2005 do governo dele, exatamente quando o escândalo do Mensalão veio a público e o senhor não deixou o cargo. O senhor só se afastou do governo Dilma quase três anos de um mandato de quatro. Foi no fim do ano passado. O que que o senhor diria aos críticos que afirmam que o senhor abandonou todos esses anos de colaboração a Lula e Dilma pela ambição de ser presidente da República? Eduardo Campos: Não se trata de ambição. Se trata de um direito, numa democracia qualquer partido pode lançar um candidato, pode divergir.  Porque você apoiou, você não está condenado a apoiar quando você já não acredita, quando você já não vê, não se representa naquele governo.

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Patrícia Poeta: Mas o senhor levou quase três anos de um mandato de quatro para sair do governo, para deixar de apoiá-lo, não é tempo demais? Eduardo Campos: Se você for ver, isso aconteceu antes. Já em 2012, nas eleições de 2012, nós já enfrentamos o PT em várias cidades, inclusive no Recife. Quando a presidenta apoiou o Renan e o PMDB para Câmara, Renan para o Senado, o PSB já apoiou outros candidatos. Nós já vínhamos num processo de afastamento claro do governo. Por quê? Porque esse governo é o único governo que vai entregar o Brasil pior do que recebeu. Nós vamos estar pior na economia, pior na questão da violência, pior na logística, pior na relação externa com o resto do mundo. Ou seja, e aí nós estamos oferecendo um caminho para que o Brasil volte a crescer. Patrícia Poeta: Mas o senhor apoiou durante mais de 10 anos esse governo. O que que aconteceu neste meio do caminho? Eduardo Campos: O que aconteceu é que aquilo que foi prometido, que o Brasil ia corrigir os erros e aprofundar as mudanças, não aconteceu. Veja a entrevista na íntegra (aqui).

Fonte: Jornal Nacional


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