Excomungado, padre diz que a Igreja Católica "ainda é homofóbica".

Washington Luiz
Repórter do Momento Verdadeiro

Com faixas e lenços brancos, centenas de católicos participaram de uma manifestação a favor do padre Beto no centro de Bauru (SP) na manhã deste sábado, 04 de maio. O religioso foi excomungado pela Diocese de Bauru após defender amor entre pessoas do mesmo sexo. “Sou a favor da união de casais homossexuais e bissexuais. Espero que o Brasil não seja o último país a legalizar isso, assim como foi o último a acabar com a escravidão.”
(Padre Beto celebrando missa antes de ser excomungado| Foto: Reprodução)
O padre Roberto Francisco Daniel, de 48 anos, foi excomungado da Igreja Católica na última segunda, 29 de abril. Em comunicado, a Diocese de Bauru anunciou a excomunhão do religioso pela atitude “incompatível” com as obrigações sacerdotais. “Em nome da “liberdade de expressão” (o padre) traiu o compromisso de fidelidade à Igreja a qual ele jurou servir no dia de sua ordenação sacerdotal”, diz a nota

Ao "Diário de S. Paulo", Beto disse que não descarta a possibilidade de sair com mulheres. "Não entrei virgem no seminário, mas estou bem sozinho desde o início. Agora, fora da Igreja, penso sim em me envolver, por que não?" -- Sobre fundar uma nova igreja, o bauruense também não descarta a possibilidade, embora não pense nisso agora. “Mas se me chamarem para abençoar um casamento entre gays, estou à disposição”, sacramentou.

A Diocese vai dar inicio a um processo de demissão do estado clerical junto ao Vaticano. Em entrevista ao "GLOBO", na semana passada, o padre Beto defendeu uma discussão teológica com os fiéis e disse que a Igreja "ainda é homofóbica" e "fechada para o mundo de hoje". (Com Agências).

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